A atual crise está a afetar fortemente o setor têxtil. Cerca de metade das empresas têxteis em Portugal estão com quebras no volume de negócios e a cortar nas margens de lucro. Os empresários pedem mais apoios, tais como o lay-off simplificado, por exemplo.
A Clothe-UP é uma empresa portuguesa que exporta 100% da sua produção para mercados europeus e americanos, contudo, já começaram a sofrer com os valores elevados da fatura energética e com a quebra nas encomendas.
Pedro Fernandes, empresário da Clothe-UP explica que nos "três trimestres anteriores verificamos um aumento do volume de exportações, mas as quantidades vendidas são menores, ou seja, isto é só única e exclusivamente um efeito da inflação".
Apesar deste ser um ano difícil, Pedro Fernandes espera que 2023 seja ainda mais complicado, "será, efetivamente, difícil e acho também que o Estado poderá dar uma grande ajuda".
Apoios do Governo
Para Luís Figueiredo, vice-presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC), o lay-off é uma medida dolorosa para as empresas e trabalhadores, mas refere que "é uma ferramenta que pode ser muito útil para as empresas ultrapassarem estes tempos difíceis".
Também o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge, refere algumas medidas, tais como a "capitalização das empresas, o Banco de Fomento que há tantos anos está no papel e nunca mais se vê a funcionar", acreditando que com estas medidas é possível intervir junto das empresas.
Apesar deste período pós-pandemia ter ajudado a "recuperar", agora, há o contraciclo com “perdas de margens, perda de encomendas, é, realmente, uma situação muito preocupante”, refere Mário Jorge.