Há bancos a cobrar mais de 700 euros para abrir processos de crédito à habitação, diz o Banco de Portugal. A DECO denuncia que vários bancos estão a limitar as soluções para reduzir a prestação da casa.
A DECO denuncia que muitos clientes com crédito à habitação, que pretendem renegociar o empréstimo, recebem informações erradas, a taxa de esforço é mal calculada e são apresentadas soluções de curto prazo.
"Verificámos que algumas destas famílias têm spreads relativamente elevados para aquilo que é o valor do spread praticado no mercado. Seria muito mais estrutural e benéfico para as partes, para a banca e o próprio consumidro haver uma redução do valor do spread", diz Natália Nunes, do Gabinete de Proteção Financeira da DECO.
No final do ano passado, foram aprovadas novas regras para a renegociação de empréstimos à habitação para famílias com dificuldades em suportar a prestação ao banco.
Segundo a DECO, alguns bancos estão a dificultar o processo. Por exemplo, agora que é permitido alargar a duração do crédito e voltar ao prazo inicial sem custos nos cinco anos seguintes. Alguns bancos não o têm permitido por causa da idade dos clientes. No entanto, a lei diz que os limites à duração dos contratos em função da idade só se aplica a novos contratos.
A lei diz que em créditos para a Habitação Própria Permanente e com um valor em dívida até 300 mil euros, a renegociação é obrigatória quando a taxa de esforço atinge os 36%.
Quem quer fazer crédito à habitação enfrenta desafios. De acordo com os dados do Banco de Portugal, abrir o processo sai cada vez mais caro. No final de 2021, um cliente pagava em média 780 euros de comissões iniciais.
A informação faz parte de um estudo realizado a pedido do Parlamento que está a estudar novas limitações às comissões bancárias.