Na noite desta quarta-feira gerou-se o caos na linha de Sintra com a sobrelotação de um comboio. Houve pessoas a forçar as portas e a saltar para a linha, mas a situação normalizou-se com a intervenção da polícia e cooperação da CP.
A interrupção da circulação aconteceu depois de ter sido acionado o travão de emergência. A CP explica que foi enquanto o revisor seguia os procedimentos de segurança e se deslocava para a carruagem onde o sinal de alarme havia sido acionado, que alguns passageiros saltaram para a linha.
Luís Bravo, dirigente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, deixou críticas à segurança ferroviária da CP e aos procedimentos que têm de ser seguidos pelos revisores nestas situações. Para além disso, afirmou que “um dos problemas identificados é o facto de ter havido um acordo de serviços mínimos” entre a CP e esta plataforma de sindicatos que convocou a greve.
"Só quem não conhece a realidade da linha de Sintra pode concordar com a realização de 25% de comboios", diz o dirigente sindical.
Se num dia normal, em hora de ponta e com 100% das composições a circular os comboios andam completamente lotados, "este acordo não poderia acontecer".
Este sindicato tem defendido junto da CP e do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social que, quando há greves, não devem ser “marcados quaisquer serviços mínimos para a linha da Sintra, porque está-se a pôr a segurança dos utentes em causa”.
Por sua vez, Miguel Rato, da Comissão de Utentes da Linha de Sintra, defende que a "oferta de comboios é insuficiente" para aquilo que é o concelho de Sintra, considerando que mesmo "em condições normais não existem comboios para servir a população", quanto mais num dia de greve.
Aquilo que reclamam há anos é "mais e melhores comboios" e "isto não tem acontecido na linha de Sintra", constata Miguel Rato.
Ao contrário de Luís Bravo, Miguel Rato considera que o fator greve não pesa como fator de risco e que situações como a de quarta-feira à noite tem acontecido em dias normais.