Economia

Movimento "Parar o Gás" pinta fachada da EDP em protesto contra lucros

Os ativistas criticam os lucros da empresas e exigem uma solução para que se deixe de usar gás natural na produção de energia. O movimento “Parar o Gás” está a preparar um protesto de “resistência civil” para maio.

Movimento "Parar o Gás" pinta fachada da EDP em protesto contra lucros
Movimento "Parar o Gás"

Apoiantes do movimento “Parar o Gás” pintaram de amarelo as paredes da sede da EDP, em protesto contra os lucros registados pela empresa em 2022 - um ano que, segundo os ativistas, foi “marcado pela seca extrema causada pelas alterações climáticas" e pelo "aumento das contas da casa e preços da comida”.

“Este ano empresas fósseis por todo o mundo bateram lucros recorde. Através do aumento do preço do gás que levou à subida dos preços de energia, comida, habitação e taxas de juro, as petrolíferas conseguiram empurrar-nos ainda mais para o colapso climático e encher as carteiras dos acionistas como nunca. A atual crise do aumento do custo de vida é resultado da ganância sem fim destas empresa”, denunciam os ativistas.

Movimento "Parar o Gás"

Esta quarta-feira, a EDP anunciou lucros de 679 milhões de euros durante o ano de 2022, o que representa um crescimento de 3% face ao ano anterior.

Além dos lucros, os ativistas criticam o impacto que a empresa tem nas alterações climáticas, nomeadamente devido à queima de gás fóssil para gerar energia elétrica. Denuncia ainda “as atividades criminosas desta empresa que continua a importar gás para Portugal, tendo contratos de importação de gás até pelo menos 2024”.

“A plataforma de ação propõe, como alternativa ao colapso climático e à austeridade, 100% de eletricidade renovável e acessível a todas as pessoas até 2025, combatendo assim a utilização de gás fóssil e os preços obscenos da energia”, prossegue o grupo, em comunicado.

Anteriormente, os ativistas do movimento “Parar o Gás” tinham pintado a fachada da sede da Galp e realizado um protesto em frente à sede da REN, com faixas a afirmar que “gás é arma do crime”.

Movimento "Parar o Gás"

Estão também a preparar um protesto “de resistência civil” para o dia 13 de maio, “que irá bloquear a entrada principal de gás fóssil em Portugal, o terminal de gás natural liquefeito em Sines”.

“O aumento do custo de vida e a crise climática são da responsabilidade da Galp, REN e EDP. Os preços altos em toda a economia são consequência dos lucros das petrolíferas. Enquanto continuarmos a usar combustíveis fósseis, as alterações climáticas só se vão agravar até um ponto sem retorno. É preciso parar estes criminosos e para o crime com as nossas mãos.”