Economia

OCDE avisa que subida do preço dos combustíveis vai prolongar crise

Para o economista João Duque, o antídoto para esta situação são as boas políticas orçamentais que o Governo deverá implementar para ajudar as famílias carenciadas.

Loading...

A OCDE prevê que a vida das famílias e empresas fique ainda mais complicada. A organização que representa 38 países avisa que a subida dos combustíveis vai prolongar a crise e sublinha que as taxas de juro vão manter-se altas pelo menos durante dois anos

A OCDE alerta para a escalada do preço dos combustíveis que pode refletir-se no prolongamento das altas taxas de juro até 2025. A organização revê em baixa o crescimento da economia na zona euro para os próximos dois anos.

O preço do crude, peça chave na engrenagem que faz subir a inflação, volta a escurecer o cenário na economia da zona euro.

A subida dos combustíveis faz antever novos aumentos no custo de vida, nomeadamente no cabaz alimentar.

Segundo a OCDE, pode levar a que o Banco Central Europeu mantenha as altas taxas de juro até ao início de 2025.

"O que a OCDE vem dizer é que essa expectativa da Lagarde é demasiado otimista, vêm dizer não contem com descida taxas de juro a meio do ano porque inflação gerada com subida preço combustíveis se vai manter e com inflação acima 2% vamos ter manter taxas de juro muito elevadas", explica João Duque, economista.

Neste cenário de setembro, a OCDE revê em baixa o crescimento económico na Zona Euro e antevê uma eventual recessão na Alemanha.

"Risco real, mas pode não ser muito acentuada pelos mecanismos internos compensar aquilo que seria dinâmica normal da economia privada", diz João Duque.

E no caso português o foco deve estar nas famílias mais carenciadas.

"O que o Governo tem de fazer é acautelar que as famílias mais necessitadas não entrem stress, criar bolsas de pobreza calamitosa, é isso que se espera da política orçamental", diz Duque.

O antídoto estará então nas políticas orçamentais de cada governo, para compensar o efeito excessivo das taxas de juro elevadas que, segundo a OCDE, devem manter-se até 2025.