O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, mostrou-se solidarizo com as vítimas do ex-padre Anastácio Alves. Diz que tem que haver tolerância zero, em relação aos abusos sexuais. O antigo pároco do Funchal quis entregar-se na Procuradoria-Geral da República (PGR), mas a intenção não foi atendida.
“O Anastácio Alves – porque de facto já deixou o exercício do sacerdócio – decidiu entregar-se. Só posso saudar a colaboração com a justiça que ele agora manifesta”, disse D. Nuno Brás, em declarações à SIC Notícias.
O bispo sublinhou ainda que a colaboração com a Justiça, sublinhando que estão “sempre dispostos a colaborar”, tal como aconteceu com “a comissão independente”.
“Só posso saudar este ato dele que contribui para o esclarecimento dos factos. Quero acrescentar também que por outro lado não posso deixar de manifestar toda a solidariedade com as eventuais vítimas que ele possa ter abusado.”
Ex-padre tentou entregar-se na PGR, mas não conseguiu
Em 2018, o ex-padre Anastácio Alves foi alvo de queixas por crimes de abuso sexual de menores. Nessa altura, desapareceu do Funchal, onde era pároco. Passados cinco anos, tentou entregar-se à Procuradoria-Geral da República (PGR) de Lisboa, mas, segundo o Observador, o antigo pároco não chegou a ser recebido pela Justiça.
Chegou à PGR de Lisboa, esta quinta-feira, com o objetivo de ser constituído arguido e notificado da acusação. Depois de várias tentativas, a resposta que recebeu foi que tinha de se dirigir ao tribunal do Funchal.
Em declarações ao Observador, Anastácio Alves confessou ter abusado de menores. Garante agora que quer colaborar com a Justiça: “Estou cá, pode parecer banal mas é sincero, primeiro que tudo para colaborar com a Justiça, para assumir as minhas responsabilidades, e também para ajudar a auxiliar as vítimas.”