Entre padres e leigos, são mais de 80 os nomes na lista de supeitos. No entanto, quase metade dos alegados abusadores (35) já faleceram. Sobre alguns padres no ativo e outros cujas identificações não são claras. Por todo o país, as dioceses garantem estar a investigar.
Liderada pelo Bispo D. José Ornelas, a diocese de Leiria Fátima informou já ter afastado um leigo, depois de recebido uma lista de cinco nomes de suspeitos de abusos. Os restantes nomes são de três padres já falecidos e um outro leigo ainda por identificar que poderá também já ter morrido.
As dioceses de Braga, Guarda, Évora e Angra do Heroísmo também afastaram suspeitos. No total, foram afastados seis padres pelas dioceses. As de Lisboa e do Porto decidiram, para já, manter em funções os padres suspeitos de abusos sexuais de menores. Sete estão no ativo no Porto e cinco em Lisboa.
As mais altas figuras do Estado defendem que os padres suspeitos devem ser afastados imediatamente de funções. O Presidente da República voltou a defender este sábado o afastamento de "quem deve ser afastado" para evitar mais vítimas. Também Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República, se manifestou e pediu ação.
"Confio em que a Igreja saiba superar esse problema, agindo. Há várias propostas que tem sido feitas quer no interior da Igreja quer na comissão independente e julgo que os responsáveis vão tomar as medidas necessárias para que esta página possa ser virada", declarou.
De 1950 até 2022, a comissão independente que investigou os abusos sexuais na Igreja estima que tenham existido quase 5 mil crianças abusadas. Na conferência de imprensa no início de março da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas tinha avisado que cada caso seria um caso e que muitos seriam difíceis de confirmar.
Em declarações mais recentes, o Bispo de Leiria-Fátima voltou a prometer tolerância zero face a qualquer caso de abuso.