O ex-secretáro-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos critica quem à esquerda esteja disposto a ficar calado com receio da reação da direita. O aviso foi feito numa publicação nas redes sociais, na sequência do acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa.
Na publicação, o socialista lamenta quem è esquerda se tenha "viciado tanto no elogios da direita" de forma a já não "viver sem eles".
"A direita, nos partidos e na comunicação social, elogia-nos quando somos 'sóbrios' e 'moderados' nas críticas. Noutras palavras, quando somos 'bem comportados' com eles. Há, infelizmente, quem na esquerda se tenha viciado tanto nos elogios da direita que já não conseguem viver sem eles", escreve.
Pedro Nuno Santos refere-se ao pedido de responsabilidades que fez a Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, na sequência do acidente com o Elevador da Glória. Nessa altura disse também que o autarca é "prisioneiro" das próprias declarações quando exigiu a demissão do socialista Fernando Medina, em 2021.
Nesse sentido, reafirma a ideia:
"Carlos Moedas podia, em 2021, perante um 'erro técnico' dos serviços da CML, pedir a demissão de Fernando Medina, sem que ninguém à direita se tivesse insurgido contra tal 'aproveitamento'. Mas nós, já não podemos exigir, em 2025, que Carlos Moedas seja coerente com o que defendeu em relação ao seu antecessor. Haja paciência."
Na mesma publicação, o socialista pede que o PS não se cale ou desista de defender aquilo em que acredita.
"Os nossos adversários políticos e seus apoiantes gostariam que nos calássemos, mas nós não lhes podemos fazer esse favor", remata.
Além de Pedro Nuno Santos, também Eurico Brilhante Dias, atual líder parlamentar do PS, pediu a demissão de Carlos Moedas. Contudo, nem Alexandra Leitão, candidata do PS à Câmara de Lisboa, nem José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, pediram a saída do presidente da Câmara de Lisboa.