A ponte aérea entre Cabul e o Ocidente prossegue em contrarrelógio. Terão saído do Afeganistão cerca de 5 mil pessoas, entre afegãos, diplomatas e funcionários das embaixadas.
Foi ao aeroporto de Frankfurt que chegaram cidadãos da Alemanha e muitos afegãos que prestaram serviço junto da embaixada alemã em Cabul entre o alívio e a angústia.
Ainda em Cabul, enquanto aguardam repatriamento, funcionários da embaixada de Espanha e cidadãos afegãos que lhes prestaram auxílio manifestam-se silenciosamente sobretudo pelos direitos das mulheres, em perigo num Afeganistão sob domínio talibã. No edifício consular mantém-se hasteada a bandeira do Afeganistão.
- Manifestantes voltam a hastear bandeira afegã e os talibã respondem com tiros
- Grupo de mulheres num raro e corajoso protesto em Cabul
A caminho, depois de uma escala no Dubai, vai o primeiro de três Airbus A400 da Força aérea espanhola, que também vai repatriar agentes da polícia espanhola em serviço no Afeganistão.
A mesma ponte aérea ocorre com a Dinamarca, Bélgica e Austrália, em contrarrelógio, aproveitam o aumento de segurança transitória no aeroporto de Cabul com o reforço de militares norte americanos e britânicos.
A este êxodo urgente e autorizado, os países europeus sabem seguir-se outro, caótico e descontrolado: o dos refugiados. Grécia e Áustria já expressam preocupação num espaço europeu onde não há uma política migratória comum. A Alemanha já iniciou contactos com o Alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados.
A Alemanha quer evitar a instabilidade depois da onda migratória da última década, provocada por conflitos como os da Síria ou do Afeganistão. Desde 2015, cerca de meio milhão de afegãos tentaram entrar na Europa.