São cada vez mais precárias as condições de segurança na capital do Afeganistão. Os Estados Unidos pedem aos norte-americanos que estejam em Cabul que não tentem viajar para o aeroporto. Nas imediações dos terminais a situação é dramática com milhares de pessoas a tentar embarcar.
Debaixo de um sol escaldante estão famílias inteiras. Começam a faltar bens essenciais, a calma e o discernimento. Só nos últimos dias já morreram várias pessoas. Algumas foram esmagadas contra os muros do complexo.
Guardado por quase seis mil militares norte-americanos, o aeroporto de Cabul é por estes dias uma autêntica fortaleza. Apesar dos relatos em contrário, os talibãs garantem estar a deixar passar quem tenta fugir e culpam o Ocidente pelo caos no plano de evacuação.
Aos norte-americanos que ainda estão na cidade, a embaixada dos EUA pede que evitem deslocar-se ao aeroporto.
A TOMADA DE PODER PELOS TALIBÃS
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
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