A nível internacional, sucedem-se as críticas à forma como os Estados Unidos e a NATO se retiraram do Afeganistão. Tony Blair, antigo primeiro-ministro britânico, fala numa situação trágica, perigosa e desnecessária. Já o presidente russo mostra-se preocupado com o impacto que a tomada de poder pelos talibãs poderá ter nos países da Ásia Central.
Já foram retiradas do Afeganistão 28 mil pessoas por um grupo de 20 países. Os Estados Unidos retiraram 17 mil pessoas, dessas 2.500 são cidadãos norte-americanos que se encontravam no país. Mas há ainda milhares de estrangeiros e afegãos com a vida em risco que não conseguem sair.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse já ser matematicamente impossível retirar todos os estrangeiros ocidentais que estão no Afeganistão até final do mês, criticando as medidas de segurança impostas pelos norte-americanos no acesso ao aeroporto militar.
Boris Johnson vai convocar para a próxima terça-feira uma reunião urgente do grupo dos sete países mais ricos do mundo (G7) sobre a situação no Afeganistão. O chefe de Governo britânico, responsável pela presidência rotativa do G7, considera vital que a comunidade internacional trabalhe em conjunto para conseguir retiradas seguras, prevenir uma crise humanitária e apoiar o povo afegão.
Já Donald Trump colou-se às críticas que têm marcado a forma apressada como os EUA estão a sair do Afeganistão. O antigo Presidente norte-americano foi duramente criticado pelo congressista republicano Adam Kinzinger, lembrando que o então Presidente negociou com terroristas e deixou no terreno as sementes para a tragédia afegã.
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