Coronavírus

Dois meses depois terminaram as medidas de quarentena na região de Hubei

Apenas na cidade de Wuhan, epicentro da epidemia, se prolongam até 8 de abril.

Dois meses depois terminaram as medidas de quarentena na região de Hubei
China Daily CDIC

As autoridades chinesas anúnciaram que vão suspender as medidas de quarentena na região de Hubei, com excepção da capital Wuhan.

O período de quarentena na província de Hubei, no centro da China, chega ao fim esta quarta-feira, com excepção da capital, Wuhan, epicentro da epidemia, que permanecerá bloqueada até 8 de abril.

A partir de agora, pessoas com um atestado de saúde que comprove que estão saudáveis podem sair de Hubei. Desde janeiro que 15 cidades desta província chinesa viviam isoladas,

As medidas drásticas impostas há dois meses afetaram cerca de 60 milhões de pessoas. O fim do bloqueio da província mostra a confiança das autoridades no sucesso das medidas adotadas em grande parte da China.

Ainda não é claro se outras cidades e províncias, como Pequim, permitirão que as pessoas que saem de Hubei entrem nas suas jurisdições, e espera-se que as regras de quarentena permaneçam em vigor para quem viaja para fora das suas áreas locais.

Pequim também começa a regressar à normalidade

Há medidas que continuam a ser tomadas.

O acesso a alguns locais é limitado para evitar agrupamentos. Nos restaurantes, mede-se a temperatura corporal à entrada e preenche-se uma ficha com o nome e o número de telemóvel. Apenas se podem sentar dois clientes por mesa e cada mesa está separada por cerca de dois metros.

As autoridades apontam a necessidade de evitar infeções cruzadas, embora digam que as restrições serão gradualmente reduzidas caso não haja uma ressurgência do surto.

A desaceleração da atividade industrial melhorou os índices de qualidade do ar em Pequim, as montanhas que envolvem a cidade, que normalmente estão cobertas com um manto de poluição, estão agora a descoberto.

Vários locais turísticos permanecem encerrados, incluindo a Cidade Proibida, o ex-líbris de Pequim, mas muitos residentes começam finalmente a sair de casa, seduzidos pela chegada da primavera e o desabrochar das flores de cerejeira, depois de dois meses em confinamento,

O jardim zoológico da cidade de Pequim e partes da Grande Muralha da China reabriram esta quarta-feira aos visitantes, que devem fazer reserva com antecedência, à medida que a capital chinesa regressa gradualmente ao normal.

Autoridades chinesas focadas em prevenir os casos "importados" do exterior

O número de infetados diagnosticados na China desde o início da pandemia é de 81.171, entre os quais 90% já recuperaram, segundo a Comissão Nacional de Saúde. Mais de 3.200 pessoas morreram no país.

"Atualmente, o risco de disseminação da epidemia importada do exterior continua a aumentar", anunciou o município de Pequim, em comunicado.

A Comissão Nacional de Saúde da China divulgou esta quarta-feira 78 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, entre os quais 74 foram importados.

Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar na China, em hotéis designados pelas autoridades, e que cobram o equivalente a até 100 euros por noite.

Retomar da atividade na segunda maior economia do mundo

O Governo chinês está agora a envidar esforços para retomar a atividade na segunda maior economia do mundo, depois de quase dois meses de uma paralisia que afetou trabalhadores e negócios.

As obras foram reiniciadas em cerca de 90% dos principais projetos de construção pública em todo o país, excluindo em Hubei, embora muitos trabalhadores migrantes continuem nas suas respetivas cidades natais, devido a limitações ainda vigentes sobre a movimentação de pessoas.

A produção industrial foi também foi reiniciada, inclusive no crucial setor de fabrico de automóveis, que tem sede em Wuhan, e em empresas que fornecem componentes críticos para as cadeias de fornecimento globais.

China inicia primeiro ensaio clínico de vacina contra o novo coronavírus

A China iniciou o primeiro ensaio clínico para testar uma vacina contra o novo coronavírus, numa altura em que vários países estão numa corrida para encontrar um tratamento eficaz contra o vírus.

Os voluntários têm entre 18 e 60 anos e são todos oriundos da cidade chinesa de Wuhan, centro do surto detetado em dezembro.

Os voluntários chineses serão acompanhados ao longo de seis meses.

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