Coronavírus

DGS diz que estudo da OMS sobre contágio por contacto com objetos é inconclusivo

Diretora-geral da Saúde sublinha que os cuidados de desinfeção devem ser mantidos.

DGS diz que estudo da OMS sobre contágio por contacto com objetos é inconclusivo
Bobby Yip / Reuters

A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que o estudo da OMS que diz não ter encontrado evidências conclusivas da transmissão do SARS-Cov-2 através do contacto com superfícies "é inconclusivo" e que os cuidados de desinfeção devem ser mantidos.

"A Organização Mundial da Saúde [OMS] refere, de facto, que parece que é mais difícil do que se pensava a transmissão do vírus e das gotículas de superfícies e de objetos, nomeadamente as maçanetas das portas, por exemplo, (...) para o nosso trato respiratório", mas "isto não é um estudo conclusivo", disse Graça Freitas na conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.

Graça Freitas sustentou que "não é um assunto encerrado", tanto mais que a OMS "continua a recomendar como essencial a desinfeção e a limpeza dessas superfícies".

"Na dúvida, porque há outros vírus cuja história nós conhecemos melhor e que se transmitem por essa via, é melhor continuarmos a ter precauções", defendeu, lembrando a importância de se continuar a desinfetar e a limpar os objetos e as superfícies e de não levar as mãos à boca e ao nariz depois de os ter tocado antes de as lavar.

"Vamos continuar a acompanhar a Organização Mundial da Saúde [e] se for assim, obviamente, é uma boa notícia porque permitirá o retorno à nossa vida normal, à dita normalidade, mais à vontade do que aquilo que estamos a fazer agora", mas é melhor seguir o "princípio de precaução".

As autoridades de saúde foram também questionadas na conferência de imprensa que se realiza no Ministério da Saúde, em Lisboa, sobre se estão a ser estudadas medidas no sentido de manter a distância social recomendada depois da elevada concentração de pessoas verificada no fim-de-semana nas praias e nas áreas que as circundam.

Em resposta, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que as autoridades vão continuar "a confiar naquilo que é consciência social e que é o civismo do povo português", mas "sempre na observância daquilo que será o dinamismo do próprio surto".

"Não temos razão nenhuma para não acreditar. Tem sido extraordinário até aqui e, portanto, garantidamente que continuamos a acreditar que as pessoas têm o seu próprio bom senso, têm as suas próprias boas práticas, o povo português tem uma consciência social muito grande destas boas práticas", disse o governante.

Graça Freitas acrescentou, por seu turno, que "os ajuntamentos não se devem verificar", tirando pessoas que vivem na mesma casa.

"Manter a distância social a distância física segura com ou sem máscara é a maior forma de nos prevenirmos contra a doença e, portanto, quando formos para um sítio, por mais atraente que seja, que tenha muita gente devemos evitá-lo, não há outra receita para os ajuntamentos", defendeu.

Questionada sobre se haverá algum risco na região do Algarve ver o número de casos crescer com o desconfinamento, Graça Freitas afirmou que "é mais prudente não aligeirar", porque conseguiu "uma situação epidemiológica bastante boa", com um número relativamente pequeno de casos e 15 óbitos.

"O Algarve foi uma região do país com uma situação epidemiológica relativamente favorável quando comparada com outras regiões do país, onde tudo aparenta neste momento estar controlado, mas é exatamente esse ganho que não se pode perder", afirmou

Graça Freitas aconselhou que quem visitar a região e os próprios algarvios devem "continuar a ter o comportamento que têm tido até agora para evitar ao máximo ter novos casos" e ter "uma segunda onda menos benigna do que a primeira".

Mais 13 mortos e 173 casos em Portugal. Número recorde de recuperados da Covid-19 em 24 horas

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira a existência de 1.231 mortes e 29.209 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.218 para 1.231, mais 13, enquanto o número de infetados aumentou de 29.036 para 29.209, mais 173, o que representa um aumento de 0,59%.

O número de casos recuperados subiu de 4.636 para 6.430, mais 1.794, o maior número de recuperados em 24 horas desde o início da pandemia.

Há 628 doentes internados, menos 21 em relação a ontem. 105 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, menos três face a domingo.

Mais de 315 mil mortos e mais de 4,7 milhões de infetados em todo o mundo

A pandemia do novo coronavírus já matou pelo menos 315.270 pessoas e infetou mais de 4,7 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 11:00 hoje, baseado em dados oficiais.

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa, já morreram pelo menos 315.270 pessoas e há mais de 4.727.220 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

Entre esses casos, pelo menos 1.700.000 foram considerados curados.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 89.564 óbitos em 1.486.742 casos Pelo menos 272.265 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido com 34.636 mortes para 243.303 casos, Itália com 31.908 mortes (225.435 casos), França com 28.108 mortes (179.569 casos) e Espanha com 27.650 óbitos (231.350 casos).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.954 casos (sete novos entre domingo e hoje), incluindo 4.634 mortes e 78.238 curados.

A Europa totalizou 166.836 mortes para 1.901.173 casos, Estados Unidos e Canadá 95.451 mortes (1.563.744 casos), América Latina e Caraíbas 29.493 mortes (524.050 casos), Ásia 12.394 mortes (362.543 casos), Médio Oriente 8.204 mortes (282.288 casos), África 2.765 mortes (85.028 casos) e Oceânia 127 mortes (8.402 casos).

Dois meses depois, há países europeus a viver o primeiro dia de desconfinamento

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