Coronavírus

Turistas europeus terão “medidas sanitárias praticamente idênticas” às dos seus países

Comissão Europeia recomendou aos países para retomarem a livre circulação na UE.

Turistas europeus terão “medidas sanitárias praticamente idênticas” às dos seus países
IGOR KUPLJENIK

A Comissão Europeia estimou hoje que, no próximo verão, os turistas europeus sejam capazes de “se mover livremente” na União Europeia (UE) dispondo de medidas de segurança “praticamente idênticas” às dos seus países, devido à pandemia de covid-19.

“Os turistas serão capazes de se mover livremente dentro da UE com medidas sanitárias e de segurança praticamente idênticas”, disse hoje o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, falando aos eurodeputados desta comissão do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

A afirmação surgiu depois de, na passada quarta-feira, a Comissão Europeia ter feito recomendações para os países retomarem a livre circulação na UE, suspensa devido à pandemia, visando um restabelecimento acautelado dos serviços de transporte e do turismo a pensar no verão.

Garantindo estar em “contacto próximo” com os ministros do Turismo dos 27 Estados-membros, Thierry Breton indicou que estas recomendações “foram bem recebidas” por estes governantes, o que o levou a depreender que “se irão alinhar” com as medidas propostas pelo executivo comunitário.

“Claro que quando alguém sai do seu país para passar férias no sul de Itália, por exemplo, esse turista tem de ter conhecimento das medidas em vigor e de como pode estar seguro nas suas férias no estrangeiro, nomeadamente adotando as precauções que já aplicava no seu país de origem”, referiu o comissário europeu.

Frisando que o turismo é “um setor crucial” para países como Itália, que foi também um dos mais afetados na UE pelo novo coronavírus, Thierry Breton mostrou-se confiante de que a retoma dos serviços turísticos no espaço comunitário “vai correr bem”.

Já falando sobre eventuais acordos bilaterais para abertura de fronteiras entre países vizinhos “com situação epidemiológica semelhante”, o comissário europeu admitiu a existência deste tipo de iniciativas, mas notou que “deve ser assegurado que qualquer pessoa, independentemente da sua nacionalidade, possa viajar”.

“É preciso ter cuidado para não haver discriminação” dos cidadãos, avisou o responsável, garantindo que a Comissão Europeia “vai acompanhar” a criação destes acordos bilaterais.

Com o surto a estabilizar na Europa, os governos estão agora a levantar algumas medidas, nomeadamente no que toca aos transportes e ao turismo, dois dos setores mais afetados pela paralisação imposta pela covid-19, e foi para os orientar que Bruxelas emitiu na passada quarta-feira algumas orientações, visando medidas coordenadas.

Primeiro que tudo, a Comissão Europeia propôs aos Estados-membros critérios para a reabertura gradual das fronteiras internas da União Europeia no atual contexto da pandemia da covid-19, sublinhando que deve ser respeitado o princípio da não-discriminação.

No que toca à retoma dos transportes, o executivo comunitário pediu que dada a pandemia haja menos passageiros a bordo, abrindo exceção para voos, que os clientes e os trabalhadores usem máscaras e outros equipamentos e que sejam colocadas barreiras de proteção.

Ainda relativamente à retoma dos transportes, o executivo comunitário destacou na altura o papel que as aplicações móveis de rastreamento de contactos podem ter neste levantamento das restrições, por poderem alertar pessoas que possam expostas ao vírus, nomeadamente quando viajam na UE.

Sobre esta questão, Thierry Breton reforçou hoje que estas ‘apps’ têm de recorrer à tecnologia Bluetooth, que é mais segura do que os serviços de geolocalização, e não podem servir para “vigilância massiva” dos cidadãos.

Já no que toca às recomendações para a retoma do turismo europeu, Bruxelas pediu uma distância mínima de 1,5 metros e normas de higiene apertadas em praias e piscinas e o estabelecimento de um número máximo de clientes em restaurantes.

Mais de 315 mil mortos e mais de 4,7 milhões de infetados em todo o mundo

A pandemia do novo coronavírus já matou pelo menos 315.270 pessoas e infetou mais de 4,7 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 11:00 hoje, baseado em dados oficiais.

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa, já morreram pelo menos 315.270 pessoas e há mais de 4.727.220 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

Entre esses casos, pelo menos 1.700.000 foram considerados curados.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 89.564 óbitos em 1.486.742 casos Pelo menos 272.265 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido com 34.636 mortes para 243.303 casos, Itália com 31.908 mortes (225.435 casos), França com 28.108 mortes (179.569 casos) e Espanha com 27.650 óbitos (231.350 casos).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.954 casos (sete novos entre domingo e hoje), incluindo 4.634 mortes e 78.238 curados.

A Europa totalizou 166.836 mortes para 1.901.173 casos, Estados Unidos e Canadá 95.451 mortes (1.563.744 casos), América Latina e Caraíbas 29.493 mortes (524.050 casos), Ásia 12.394 mortes (362.543 casos), Médio Oriente 8.204 mortes (282.288 casos), África 2.765 mortes (85.028 casos) e Oceânia 127 mortes (8.402 casos).

Dois meses depois, há países europeus a viver o primeiro dia de desconfinamento

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Mais 13 mortos e 173 casos em Portugal. Número recorde de recuperados da Covid-19 em 24 horas

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira a existência de 1.231 mortes e 29.209 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.218 para 1.231, mais 13, enquanto o número de infetados aumentou de 29.036 para 29.209, mais 173, o que representa um aumento de 0,59%.

O número de casos recuperados subiu de 4.636 para 6.430, mais 1.794, o maior número de recuperados em 24 horas desde o início da pandemia.

Há 628 doentes internados, menos 21 em relação a ontem. 105 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, menos três face a domingo.