Isabel Aldir, médica infecciologista do Centro Hospitalar Egas Moniz, em Lisboa, admite preocupação em relação ao aumento de contágio de Covid-19 e aos doentes a precisar de internamento.
"São realidades muito dinâmicas, num determinado momento podemos ter vagas e passado uma hora já não termos a mesma capacidade", afirmou, referindo-se ao internamento de doentes Covid.
Na Edição da Tarde da SIC Notícias, explicou que as pessoas infetadas nos cuidados intensivos ficam na unidade durante "bastante tempo, até com demoras de internamento superiores às de outros doentes com outras situações".
Isabel Aldir acrescentou ainda que a capacidade de renovar doentes nos cuidados intensivos é mais complicada.
No entanto, garantiu que os profissionais de saúde do Hospital Egas Moniz e no Hospital S. Francisco Xavier têm conseguido assegurar a continuidade dos serviços para doentes Covid e não Covid, apesar da pressão nos hospitais de Lisboa.
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Em entrevista, lembrou ainda que a Covid-19 se transmite de pessoa para pessoa.
"Quanto mais nós tivermos isolados ou confinados, sem privar a economia, melhor. Todas essas medidas são muito importantes e são muito bem vindas para a sobrevivência do nosso SNS", disse, referindo-se às medidas do Governo.
A infecciologista falou também da utilização do Remdesivir em Portugal, uma vez que a Organização Mundial de Saúde desaconselhou o uso do medicamento.
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