A África do Sul interrompeu o uso da vacina da AstraZeneca no país depois de um estudo realizado por uma universidade sul-africana e da própria universidade de Oxford ter indicado que a vacina não é eficaz para a variante prevalente no país. Esta mutação, que torna o vírus mais contagiosos, está presente em mais de 40 países, incluindo Portugal.
O estudo indica que a vacina da AstraZeneca apenas tem 22% de eficácia contra casos ligeiros ou moderados de infeção pela variante da África do Sul. Um valor considerado baixo, quando comparado com os avançados pela Pfizer, pela Moderna e pela própria vacina da AstraZeneca noutras variantes – como a brasileira e a britânica.
Por esta razão, o Governo sul-africano, que tinha adquirido 1,5 milhões de doses, esta a reprogramar de forma gradual a vacinação com a AstraZeneca, que deveria começar nos próximos dias. Esta vacina era uma grande esperança para o continente africano por ser fácil de armazenar e uma das mais baratas do mercado.
Também outra polémica ronda a vacina da AstraZeneca: a presença de poucos idosos no estudo não permite retirar conclusões quanto à eficácia do fármaco nos casos graves da doença. A farmacêutica diz que poderá ter uma versão modificada da vacina até ao final do ano.
Em Portugal foram detetados, até agora, dois casos da variante sul-africana. A Áustria registou 293 casos na região de Tirol, onde as deslocações foram, entretanto, proibidas. Em França foi encerrada, esta segunda-feira, uma escola devido à presença desta variante. O Ministro da Saúde francês garante que faz sentido manter a vacina no plano.
Ao todo são mais de 40 países onde a variante está presente: da Escandinávia à Alemanha, do Reino Unido aos Estados Unidos e Canadá, passando pelo Brasil, Austrália, China, Japão e também os vizinhos Moçambique e Botsuana.
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