Elisabete Ramos, Presidente da Associação Portuguesa de Epidemiologia e investigadora no Instituto de Saúde Pública e Tiago Correia, professor de Saúde Internacional e investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, debatem a reabertura das escolas.
Governo está a ser pressionado a iniciar desconfinamento
A pressão sobre o Governo para que comece o desconfinamento já no início de março está a aumentar e vem de vários lados, mas o Executivo insiste que ainda não é tempo para discutir esse cenário.
Uma dúzia de estados de emergência, não fica mais barata a missão do Governo. A melhoria dos números pressiona o Executivo de António Costa para começar a abrir a porta ao desconfinamento, assim como a oposição, a sociedade e a economia.
Esta terça-feira, o Governo e o Presidente da República receberam uma carta aberta assinada por uma centena de pais, professores, médicos, epidemiologistas e investigadores, onde pedem a reabertura urgente e faseada das escolas a começar já no início de março.
A proposta começa pelas creches, pelo pré-escolar e segue com a reabertura gradual do ensino básico com o regresso às aulas do 1,º e 2.º ciclos. Defendem que já ficou claro que as escolas não são contextos relevantes de infeção e propõem medidas para um regresso com segurança.
Entre as medidas, incluem um maior desfasamento dos horários de entrada e saída dos alunos e a realização de rastreios periódicos e testes rápidos de antigénio. Para além disso defendem a vacinação prioritária de professores e auxiliares e o uso obrigatório de máscara a partir dos seis anos.
Mesmo antes de ter recebido a carta, o Governo – que continua a não querer falar de desconfinamento – já admitiu que as escolas serão uma prioridade. A grande questão é quando isso irá acontecer: sabendo que a reabertura das escolas implica uma maior circulação de pessoas e uma multiplicação de contactos, ninguém quer reabrir para ter de voltar a fechar logo depois.
- Virologista explica por que razão o desconfinamento deve começar pelas escolas
- "A prioridade é que haja um desconfinamento gradual e que comece pelas escolas"
-
Grupo de investigadores, médicos, professores e pais pede reabertura urgente das escolas
-
“Prudência e transparência”: os pedidos para a reabertura das escolas
-
Abrir as escolas? "Quanto mais rápido melhor", mas com "garantias de segurança sanitária"