A empresa de biotecnologia Moderna começou a administrar a sua vacina contra a covid-19 em crianças com mais de 6 meses e menos de 12 anos, anunciou hoje.
"Os primeiros voluntários foram inoculados na fase 2/3 do estudo, denominado estudo KidCOVE, com a mRNA-1273, a vacina candidata da empresa contra covid-19, em crianças com idades entre 6 meses e menos de 12 anos", lê-se no comunicado.
O ensaio clínico, que envolve cerca de 6.750 crianças do Estados Unidos e do Canadá, pretende determinar "a segurança, a tolerância, eventuais efeitos secundários e eficácia" das duas doses dadas com intervalo de 28 dias.
Num estudo separado que começou em dezembro, a Moderna já está a avaliar a segurança e eficácia da vacina em adolescentes com idades entre os 12 e os 18 anos, num ensaio clínico que conta com 3 mil voluntários.
Esta vacina já está a ser administrada nos Estados Unidos e na Europa, incluindo Portugal, em pessoas com mais de 18 anos.
Dosagens diferentes para idades diferentes
Numa primeira fase, serão estudadas duas dosagens diferentes em crianças com idades entre os 2 e os 11 anos e três dosagens (incluindo uma ainda mais baixa) dadas a bebés com idades entre os 6 meses e menos de dois anos.
Uma vez determinada a melhor dosagem, outras crianças receberão um placebo, que irá permitir comparar os efeitos no grupo vacinado com o não vacinado.
Todas as crianças serão monitorizadas nos 12 meses a seguir à injeção.
Breve história do desenvolvimento da vacina da Moderna
► A 16 de novembro a farmacêutica Moderna revela que a sua vacina experimental tem uma eficácia de 94,5% e, a 2 de dezembro afirma que produziu anticorpos persistentes 90 dias após a aplicação
►A 15 de dezembro, o regulador dos EUA afirma que vacina da Moderna não apresenta problemas, tendo dado autorização para administração na população a 18 desse mês.
► A 6 de janeiro a Agência Europeia do Medicamento dá "luz verde" à vacina da Moderna para a covid-19.
Vacinas contra a covid-19: as que estão a ser usadas e as que estão a caminho
Em menos de um ano desde que foi declarada a pandemia foram desenvolvidas várias vacinas em laboratórios por todo o mundo. A primeira vacina a obter autorização de emergência para inoculação foi a da Pfizer e BioNTech. O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar esta vacina e a iniciar a campanha de vacinação, em dezembro de 2020.
Até ao final de fevereiro de 2021 havia um total de 69 vacinas - compreendendo as que estão já em utilização e as que estão em ensaios clínicos, segundo a Organização Mundial de Saúde. Há ainda 181 ainda em desenvolvimento no estádio pré-clínico, ou seja, ainda não foram testadas em seres humanos.
Mais de 2,6 milhões de mortos em todo o mundo
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.654.089 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os países mais atingindos continuam a ser os Estados Unidos, o Brasil, o México e a Índia.
Em Portugal registam-se 16.694 mortes e 814.513 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Links úteis
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- ECDC - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas na Europa
- Universidade de Oxford - dados sobre evolução da vacinação contra a covid-19
- Bloomberg - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- London School of Hygiene & Tropical Medicine - gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacinas
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças