Coronavírus

Cerca de 50 imigrantes realojados no Zmar e na Pousada da Juventude

No Zmar foram realojadas cerca de 30 pessoas e na Pousada da Juventude em Almograve 21.

Zmar Eco Experience, complexo turistico
Zmar Eco Experience, complexo turistico
NUNO VEIGA

Cerca de 50 imigrantes que trabalham na agricultura na região de Odemira foram realojados durante a noite no complexo turístico Zmar e na Pousada da Juventude de Almograve, disse à Lusa fonte da Proteção Civil.

Segundo o responsável da Proteção Civil no Alentejo, José Ribeiro, no Zmar foram realojadas cerca de 30 pessoas e na Pousada da Juventude em Almograve 21.

Todas as pessoas deste grupo, realojado durante a madrugada, estão negativas para o novo coronavírus, que provoca a covid-19, acrescentou a fonte.

Proprietários de casas no Zmar Eco Experience passeiam pelo complexo turístico alvo de requisição civil pelo Governo para acolher pessoas que necessitem de isolamento profilático devido à covid-19, Odemira.
Loading...

As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, estão em cerca sanitária desde a semana passada por causa da elevada incidência de covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura na região.

Na sexta-feira, o Governo determinou "a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional" da "totalidade dos imóveis e dos direitos a eles inerentes" que compõem o complexo turístico ZMar Eco Experience, na freguesia de Longueira-Almograve (Odemira), para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu "isolamento profilático".

Advogado de donos de casas no Zmar interpõe providência cautelar contra requisição

O complexo Zmar ocupa 80 hectares na freguesia de Longueira-Almograve, integra serviços comuns, como piscina ou spa, e cerca de 260 casas individuais, das quais perto de 100 pertencem ao próprio empreendimento e as outras 160 são de privados.

Desde que foi determinada a requisição temporária do Zmar, para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu "isolamento profilático", os proprietários destas casas têm protestado contra a decisão do Governo.

Na quarta-feira, o advogado que representa um grupo de proprietários revelou que interpôs em tribunal uma providência cautelar contra a fundamentação da requisição temporária do complexo turístico.

Segundo o advogado, entre os argumentos a contestar a fundamentação da requisição temporária do Zmar Eco Experience está o facto de, "no documento" do executivo, este "dizer que dialogou com os proprietários".

"Disseram que conversaram connosco antes e que nunca chegaram a acordo. Isso é mentir, nunca falaram connosco", argumentou.

O advogado defendeu também: o "Zmar enquanto empresa não existe, portanto, a requisição civil é apontada ao Zmar mas, neste momento, não existe, o que existe é a massa insolvente do Zmar", alegou.

"Por isso, a requisição civil vai dirigida a uma entidade que não existe e não se pode aplicar a nós", acrescentou.

O espaço, devido à pandemia de covid-19, entrou em insolvência e, na semana passada, foi aprovado no Tribunal de Odemira um plano de recuperação económica do projeto, prevendo a manutenção de 100 postos de trabalho, a reabertura no dia 28 deste mês e um investidor disponível.

No sábado, o representante dos 114 proprietários disse à Lusa que o plano estimava "um verão cheio para [captar] uma receita capaz de recuperar" o complexo.

Mas, "a partir do momento em que a requisição civil é feita", já não vai ser possível "cumprir esse plano", até porque "o investidor já não vem", disse o advogado, na altura.

Encerrados empreendimentos turísticos e alojamento local em São Teotónio e Almograve

Além de ter determinado a requisição temporária do Zmar para alojar pessoas em confinamento obrigatório ou permitir o seu "isolamento profilático", o Governo, num despacho publicado na segunda-feira à noite em Diário da República, mandou encerrar a atividade dos empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local nas freguesias de São Teotónio e Longueira - Almograve, onde estão localizadas pelo menos 275 empresas que se encontram impedidas de laborar pois muitos dos seus colaboradores vivem fora da área circunscrita à cerca sanitária.