O país prepara-se para mais uma etapa de desconfinamento. O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira que o país vai poder avançar, já que 93% da população com mais de 60 anos – faixa etária em que se concentraram situações de mortalidade e doença grave - já tem pelo menos a primeira dose da vacina contra a covid-19.
A partir de 14 de junho restaurantes, cafés e pastelarias já não encerram às 22:30, os clientes podem entrar até à meia-noite e as portas fecham à 01:00. No interior podem estar seis pessoas por mesa e na esplanada 10.
O horário do comércio também é alargado e passa a ser determinado pela respetiva licença. Já os transportes públicos com lugares sentados podem circular com lotação completa. Nos que têm lugares de pé o máximo permitido é 2/3 da lotação.
O teletrabalho vai passar de obrigatório a recomendado. Os espetáculos prolongam o horário até à meia-noite, mas as salas mantém uma ocupação de 50%. Em eventos ao ar livre, os lugares estão marcados e devem cumprir-se as regras de distanciamento.
Duas semanas depois, mais um passo no desconfinamento
A partir de 28 de junho as lojas de cidadão vão funcionar sem marcação prévia e nos transportes públicos terminam as restrições à lotação.
Sem data para a reabertura permanecem os bares e as discotecas. Eventos, como festas de casamento, mantém a lotação por metade.
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Matriz de risco passa a distinguir territórios de baixa densidade populacional
A avaliação dos concelhos, que entram ou saem de cada fase, é feita em função do risco e de critérios agora revistos pelo Governo, para uma melhor adaptação aos concelhos com menos população.
A matriz de risco passa a distinguir territórios de baixa densidade populacional das restantes áreas do país. Alteração que é feita pelo facto de o risco "ser por natureza menor nos territórios de baixa densidade populacional", explicou o primeiro-ministro.
Assim, só serão aplicadas restrições nos territórios de baixa densidade quando estes excederem o dobro do limitar aplicado nos restantes territórios.
- Concelhos com mais de 120 casos por 100 mil habitantes (ou 240 casos em concelhos de baixa densidade): teletrabalho passa a ser obrigatório quando as funções o permitam; restaurantes, cafés e pastelarias a encerrar às 22:30; espetáculos culturais com os mesmos horários da restauração; comércio a retalho até às 21:00.
- Concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes (ou 480 casos em concelhos de baixa densidade): teletrabalho passa a ser obrigatório quando as funções o permitam; restaurantes, cafés e pastelarias a encerrar às 22:30 ou às 15:30 ao fim-de-semana e feriados; espetáculos culturais com os mesmos horários da restauração e casamentos e batizados com 25% da lotação.
Esta quarta-feira não foram anunciados recuos. Golegã e Odemira vão manter as regras de 19 abril, data da terceira fase de desconfinamento. Entram em alerta Braga, Cantanhede e Castelo de Paiva. Mantendo-se outros três concelhos: Lisboa, Salvaterra de Magos e Vale de Cambra. Este seis concelhos registam mais de 120 casos por 100 mil habitantes, a 14 dias.
A tendência de subida na capital está a preocupar as autoridades. Os festejos de Santo António foram cancelados, porém o presidente da autarquia, Fernando Medina, garante apoios às coletividades e pede ainda contenção. Lisboa pretende evitar um passo atrás, que será dado se atingir os 240 casos por 100 mil habitantes a 14 dias. O reforço da vacinação é um dos caminhos para ultrapassar a situação de alerta em que se encontra.