Recuamos no tempo até ao verão de 1988 ao Euro realizado na Alemanha que, para os seus vizinhos barulhentos, vestidos de laranja da cabeça aos pés, seria o momento de glória. Para Ronald Koeman, selecionador da Holanda e vencedor do Euro 1988, o regresso a solo alemão tem um significado especial.
Uma das principais características da equipa de 88 eram as duas estrelas que jogavam em Itália, Marco van Basten e Ruud Gullit. A dupla transformou-se em trio quando Frank Rijkaard foi para o Milan após o torneio.
Agora, são cinco os membros do plantel que jogam em Itália. Entre eles estão os companheiros da Atalanta, Marten de Roon e Teun Koopmeiners, que se tornaram uma dupla indispensável não apenas para La Dea, mas também para a "Laranja Mecânica", ficando conhecidos como Batman e Robin.
Uma dupla inseparável
“Eu ajudo. Ele é o Batman e eu o Robin, porque eu ajudo e ele marca. É assim que acontece no campo. O Teun marca golos”. Marten de Roon
“As nossas posições são ao lado um do outro no campo, seja na frente ou atrás. Estamos muito envolvidos um com o outro no jogo. O Teun é uma mais-valia para a equipa holandesa”.
“Quando olhamos para o Marten, vemos um verdadeiro líder. Não apenas como capitão, mas também no seu estilo de jogo. É alguém que acompanha de perto a equipa e cria um equilíbrio, no ataque e na defesa”. Teun Koopmeiners
Ao reavivar o espírito da equipa de 88, Koeman procura tornar-se a segunda pessoa a ganhar um Euro como jogador e como treinador.
“Estou muito ansioso pelo meu primeiro grande torneio como treinador principal. Na Alemanha vamos ter muitos adeptos que nos vão proporcionar um grande ambiente, apoiar e ser o 12º jogador”. Koeman
A Laranja Mecânica defronta a Polónia, a Áustria e a bicampeã França. Se passarem do Grupo D como segundos classificados, disputarão os oitavos de final na capital da Renânia do Norte-Vestefália, Düsseldorf.
O tímido capitão da Chéquia
Com 55 golos em 91 jogos, Jan Koller é o melhor marcador de sempre da Chéquia. Mais de 12 anos depois de se ter retirado do futebol profissional, continua a jogar regularmente pelo clube onde jogou em criança, o Smetanova Lhota.
O antigo avançado do Dortmund representou o seu país em três Campeonatos da Europa, o mais bem-sucedido dos quais foi o Euro 2004.
“Gosto de recordar o torneio de Portugal em 2004, tínhamos uma grande equipa e jogámos um futebol bonito. A única parte má foi não termos ganho esse torneio”. Jan Koller
Tomas Soucek, que se tornou capitão da equipa checa após o Euro 2020, teve uma ascensão semelhante desde a capital checa até ao topo do futebol. Tornou-se parte integrante do West Ham de David Moyes, tendo desempenhado um papel fundamental na vitória da equipa na Liga Europa Conference na época passada que teve lugar no estádio do clube onde começou a jogar, o Slavia de Praga.
A influência de Soucek na seleção é inegável, tendo marcado o terceiro golo da equipa contra a Moldávia, na vitória por 3-0 que garantiu a qualificação da Chéquia para o Euro 2024 - a sua oitava participação consecutiva na competição.
“Tomas Soucek é um jogador muito importante para a nossa equipa, ele é o líder da equipa. Gosto da sua abordagem ao futebol. Coemçou a jogar futebol numa idade mais avançada, as pessoas não acreditavam nele, mas mesmo assim conseguiu chegar à Premier League, onde é um jogador vital e é o capitão da seleção nacional”. Jan Koller
Pouco depois da qualificação, o treinador Jaroslav Silhavy demitiu-se do cargo após 56 jogos e foi substituído pelo antigo jogador e treinador Ivan Hasek.
A Chéquia foi sorteada para o Grupo F e vai defrontar a Geórgia, a seleção menos cotada do torneio, antes de defrontar a Turquia, mas o primeiro adversário é o campeão de 2016, Portugal.
Vinte e quatro equipas, seis grupos, 51 jogos e 10 estádios são os ingredientes que compõem a grande competição futebolística do ano, o UEFA Euro 2024, que arranca a 14 de junho e estende-se até 14 de julho, e realiza-se na Alemanha.
