Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, mostrou-se preocupado com a falta de jornalistas independentes autorizados a entrar nas instalações da central nuclear de Zaporíjia.
Na sua declaração habitual, esta quinta-feira à noite, Zelensky disse que acordou com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que a comunicação social iria acompanhar a missão "para que o mundo visse verdadeiramente o que está a acontecer".

Mas, segundo o Governo ucraniano, a Rússia terá bloqueado o acesso a jornalistas. Kiev acusa Moscovo de estar a transformar a missão dos peritos da AIEA "numa visita inútil".
Interferência russa dificulta trabalho dos peritos
A agência nuclear ucraniana, Energoatom, disse esta sexta-feira que está a ser muito difícil a Agência Internacional de Energia Atómica fazer uma avaliação imparcial devido à interferência da Rússia.
A Energoatom também disse que os peritos não foram autorizados a entrar na usina nuclear.
Combates intensos perto de Zaporíjia
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou hoje que estão a decorrer "combates intensos" no sul da Ucrânia, inclusive numa região perto da central nuclear de Zaporíjia.
Na atualização do estado da guerra, referem ainda que "no dia 1 de setembro, as forças armadas russas começaram exercícios no âmbito do programa Vostok 22, marcando a culminação do ano de treino militar".
Funcionários das ursinas nucleares não falaram com inspetores em privado
A equipa de peritos da Agência Internacional de Energia Atómica tem sido sempre acompanhada pelas tropas russas desde que chegou à central de Zaporíjia. Por esse motivo, os funcionários das ursinas nucleares não tiveram oportunidade de falar a sós com a equipa da AIEA.
Um funcionário relatou à televisão pública ucraniana Suspilne que a Rússia tem controlado toda a visita.
O funcionário, que não quis ser identificado, disse ainda que ao longo da visita dos peritos à central, a Rússia mostrou "mapas de bombardeamentos", como forma de os convencer que as instalações tinham sido bombardeadas pela Ucrânia.
A Ucrânia já tinha informado que os funcionários estavam na mira das armas dos soldados russos que ocuparam a central.