O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, diz que os referendos em territórios ucranianos ocupados são uma "flagrante violação do direito internacional".
No Twitter, o responsável diz que, numa conversa com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deixou claro que o apoio da NATO à defesa da Ucrânia é "inabalável. Na mesma publicação, considera que os referendos da Rússia não são legítimos. Afirma ainda que são uma "violação flagrante do direito internacional".
Os referendos
Os referendos sobre a adesão à Federação russa dos territórios ucranianos ocupados de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson terminam esta terça-feira, segundo as autoridades pró-russas.
O Kremlin afirmou que os referendos de anexação terão "consequências profundas" para os territórios, sobretudo no que diz respeito à segurança.
"Nesses territórios, haverá mudanças cruciais dos pontos de vista legal e do direito internacional e todas as respetivas consequências [das medidas tomadas] para garantir a segurança", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Os Parlamentos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, reconhecidas pelo Kremlin a 21 de fevereiro passado, convocaram um referendo de integração na Rússia entre 23 e 27 de setembro, ao qual se juntaram as regiões de Kherson e Zaporíjia, parcialmente sob domínio russo.
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Referendos são válidos?
A Ucrânia e a comunidade internacional não reconhecem a validade dos referendos.
Em 2014, a Rússia usou o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.
Na semana passada, Putin anunciou a mobilização de 300.000 reservistas, no que foi interpretado como uma resposta à contraofensiva que a Ucrânia lançou recentemente, depois de ter recebido novo armamento ocidental.