A Rússia diz que a Ucrânia não está aberta ao diálogo e acusa o Ocidente de politizar encontro. A declaração final ainda está a ser discutida mas a maioria dos líderes presentes na cimeira do G20, em Bali, quer condenar de forma "veemente" a invasão da Ucrânia.
As maiores economias mundiais estão presentes na Indonésia para discutir a realização de um documento que responsabiliza a Rússia pelo conflito armado, iniciado em fevereiro, e destaca as consequências devastadoras a nível económico e humano. A decisão deverá ser apresentada esta quarta-feira.
“Esta manhã, no G20, assistimos à condenação internacional da guerra da Rússia na Ucrânia, e com o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo ali sentado, salientámos tanto a ilegalidade como a natureza bárbara da guerra da Rússia e também o impacto devastador que ela está a ter nas pessoas de todo o mundo, através dos preços mais elevados dos alimentos e da energia”, proferiu Rishi Sunak, primeiro-ministro britânico.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, tomou conhecimento da decisão das restantes nações e atirou culpas à Ucrânia, dizendo que o país “recusa falar” com Moscovo, de modo a alcançar um acordo que agrade a ambas as partes.
“Quanto mais a Ucrânia se recusar a falar, mais difícil será chegar a um acordo no final”, atirou Lavrov.
As palavras de Zelensky
Zelensky tinha dito anteriormente que só participaria no encontro, via videoconferência, caso Putin não marcasse presença. Como o chefe de estado russo não viajou para Bali, o seu homólogo ucraniano cumpriu o que tinha prometido e falou às 20 nações presentes.
Reiterou que só voltará a negociar com o Kremlin quando os opositores deixaram de vez o território ucraniano.
“A Rússia deve retirar todas as suas tropas e formações armadas do território da Ucrânia. O controlo da Ucrânia sobre todas as secções da fronteira com a Rússia tem de ser restaurado. Isso resultará numa cessação real e completa das hostilidades”, disse Volodymy Zelensky na cimeira.
Unidos por um propósito comum, terminar com o conflito bélico, as nações apelaram à união para que o objetivo seja atingido rapidamente. Movido por esse intuito, Olaf Scholz, chanceler alemão, afirmou que “é bom e é correto que hajam sinais encorajadores de que esta guerra não é aceitável”.
França e China já se tinham encontrado, à margem do encontro, e concordado que a ameaça nuclear deve ser travada a todo o custo.