Assinalaram-se este sábado precisamente 16 meses desde o início da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, um conflito que causou milhares de mortos e milhões de refugiados. Logo de início, Vladimir Putin estabeleceu entre os objetivos a conquista da região do Donbass e aquilo que disse ser a “desnazificação” da Ucrânia. Do lado dos russos, ao longo de todo este conflito, tem sido essencial o papel do grupo Wagner.
Há precisamente um ano e quatro meses, a 24 de fevereiro do ano passado, a Rússia invadiu a Ucrânia.
Moscovo pretendeu desde o início reconhecer a Crimeia como território russo, colocar as províncias do Donbass, de Donetsk e Lugansk como “repúblicas populares” independentes, “desnazificar” o Governo ucraniano e obter uma posição neutra de Kiev em relação à NATO e à União Europeia.
No ano anterior, em julho de 2021, num artigo publicado no site do kremlin sobre a união histórica entre russos e ucranianos, Vladimir Putin deixava claro: os dois povos são um povo marcado por séculos de história.
O presidente russo disse ainda acreditar que a verdadeira soberania da Ucrânia só seria possível em parceria com a Rússia.
Ucrânia tem contado com apoio do Ocidente, Rússia está mais isolada
Desde 2014 que exista um conflito entre pró-russos e ucranianos na zona do Donbass. Agora, a invasão em grande escala avança em força.
Meios aéreos e terrestres atacam posições ucranianas no Norte, Sul, e zona Leste da Ucrânia. Tudo isto resulta numa das maiores crises de refugiados na Europa, desde a segunda guerra mundial - cerca de 8 milhões de ucranianos foram forçados a sair do país.
Desde o início da invasão, seguiram-se várias sanções contra Moscovo e manifestações de apoio a Kiev tanto dos Estados Unidos como da União Europeia. Vladimir Putin tem-se tornado um líder praticamente isolado em todo o mundo.
Moscovo ainda não alcançou um dos objetivos: conquistar Kiev
À medida que passo a passo o tempo avança e por muito que os russos tentem conquistar Kiev ficam-se apenas pelas cidades em redor da capital. Entre elas Bucha, tornada símbolo das atrocidades cometidas pelos russos.
Por esta altura, já no terreno anda Prigozhin a liderar o Wagner, um grupo militar privado, à medida que assume um papel cada vez mais determinante na operação russa no território ucraniano. É apontado pelos serviços de informação alemães como um dos responsáveis pelo massacre em Bucha.
A resistência em Mariupol
Em finais de abril, o Kremlin anunciou que conquistou Mariupol, porto estratégico no mar de Azov. Aí assinalou-se outro momento que ficou na história desta guerra: a resistência, no complexo industrial de Azovstal, de centenas de soldados e civis.
As tropas ucranianas têm recuperado algumas posições que tinham perdido, tal como a região de Kharkiv. Mesmo com a anexação reivindicada por parte de Moscovo das regiões russas ocupadas de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijjia, no início de novembro do ano passado, a Ucrânia recuperou Kherson.
A Rússia não desiste da conquista do Donbass, onde o grupo Wagner mantém a luta ao lado dos soldados de Moscovo.
Entre a batalha das batalhas está a de Bakhmout, cidade industrial com mais de 70 mil habitantes. Já no início deste ano, foi neste terreno que o grupo liderado por Evgeny Prigozhin reivindicou, em finais de maio, a captura total.
Destruição de barragem ainda sem responsável
A 6 de junho, a destruição de uma barragem na zona de Kherson levou à inundação de milhares de casas. Até ao momento, tanto russos como ucranianos rejeitam responsabilidades.
A 24 de junho de 2023, um ano e quatro meses depois do início da invasão, houve outra semente de guerra que nasceu deste conflito. O chefe do grupo Wagner revoltou-se e tornou-se inimigo de Putin, deixando em aberto o que agora se segue.