As autoridades russas anunciaram esta quarta-feira que Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner, estaria no jato privado que se despenhou a norte de Moscovo, na Rússia, numa viagem que teria como destino São Petersburgo.
Citada pela agência de notícias russa TASS, a autoridade de aviação civil da Rússia adiantou que todos os 10 ocupantes da aeronave morreram no desastre, ocorrido perto da localidade de Kuzhenkino, na região de Tver.
“Uma investigação à queda do avião da Embraer que aconteceu na região de Tver esta noite [de quarta-feira] já foi iniciada. Segundo a lista de passageiros, o nome de Yevgeny Prigozhin estava incluído entre os passageiros”, declarou a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia, citada pela TASS.
Ainda de acordo com informação dos meios de comunicação social russos, seguiam no jato privado três pilotos e sete passageiros.
A informação avançada pelos meios russos não está, no entanto, confirmada por órgãos independentes. Tanto no que diz respeito à presença física de Prigozhin no avião, já que poderia constar na lista de passageiros, mas não ter embarcado neste voo, tanto como sobre o que terá causado o desastre aéreo.
Na antena da SIC Notícias, o comentador José Milhazes alertou para relatos que revelavam a existência de dois aviões na mesma rota: o que se despenhou e um outro que seguiu uma rota sobre Moscovo.
Apesar de o nome de Prigozhin constar na lista de passageiros do primeiro, que caiu em Tver, não está ainda totalmente descartada a hipótese do líder do grupo paramilitar ter embarcado na segunda aeronave, de forma a despistar possíveis inimigos durante a viagem.
Existem, portanto, duas versões. Uma que aponta para que Prigozhin morreu no desastre e que está a ser replicada pelas agências oficiais e outra que coloca em cima da mesa a hipótese deste ter escapado com vida, por ter seguido no outro voo.
“Não podemos ainda dizer que Prigozhin morreu”, sublinha José Milhazes.
Oito corpos recuperados dos destroços
As operações dos meios de socorro estão ainda a decorrer no local, onde já caiu a noite (são mais duas horas do que em Lisboa). Segundo outra agência russa, a RIA Novosti, já foram recuperados oito corpos dos destroços, mas as buscas continuam.
Protagonizou tentativa de rebelião com grupo de mercenários
Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, protagonizou uma tentativa de rebelião contra o regime de Vladimir Putin, a 24 de junho, e desde então houve poucas certezas sobre o seu paradeiro. Teria sido acolhido na Bielorrússia, depois do golpe falhado, mas recentemente deu a entender que estaria em África, onde o grupo de mercenários também tem uma forte presença.
Nessa altura, Putin considerou Prigozhin um “traidor”.
