Num frente-a-frente com o PS, o Bloco de Esquerda (BE) disse que a resposta do Governo, presente no Orçamento do Estado para 2021, “tem de estar à atura” para a crise económica que está a atingir Portugal.
“O país enfrenta uma crise sem precedentes, cujos efeitos ainda são - em larga medida - muito difíceis de contabilizar, mas que vai afetar de uma forma muito profunda a nossa sociedade, o rendimento das pessoas, o emprego, os despedimentos e a saúde pública. Por isso, temos de ter consciência que o Orçamento do Estado para 2021 não é mais um orçamento igual aos outros, é o Orçamento de resposta à crise. Quem sabe, talvez, uma das maiores que nós assistimos nos nossos tempos”, disse a deputada bloquista.
O BE não quer assumir a responsabilidade de viabilizar um Orçamento que fique aquém do que o partido considera serem as respostas “essenciais para responder à crise”. No entanto, não recusa voltar à mesa com o Governo para negociar o que dizem ser os “mínimos”: “A porta continua aberta, se quiser negociá-los”, anunciou Mortágua.
Por outro lado, o PS, pela voz do deputado João Paulo Correia, vê com estranheza a posição do BE e não entende “como é que estas medidas, que estão anunciadas, que são do conhecimento dos parceiros que se sentaram à mesa das negociações do Governo, não levam o BE a considerar, pelo menos a viabilização na generalidade”.
Os socialistas mostraram-se recetivos a uma negociação na especialidade, mas apelam ao Bloco que deixe passar o documento na primeira votação. “Dizer que não já na generalidade, do nosso ponto de vista, é um exagero”, sublinhou João Paulo Correia.
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