Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e responsável do Governo pelas negociações à esquerda, um dia depois de se saber que o PCP e Bloco de Esquerda votam contra a primeira versão do Orçamento do Estado para 2022, vem dizer que nada está perdido.
O Governo garante que está disponível para continuar a negociar o orçamento com as esquerdas e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares diz que todos saem a perder se não chegarem a um entendimento.
Sempre que questionado sobre a possibilidade de crise política, Duarte Cordeiro recusa alimentar o cenário, mas o aviso está lá: "Da mesma maneira que os partidos à nossa esquerda são essenciais para viabilizar um Orçamento do Estado, nós também somos essenciais para que as políticas destes partidos avancem".
O PCP e o Bloco de Esquerda exigem mais para poderem viabilizar o documento. O ministro das Finanças afirma que não vê razões para que o Orçamento seja chumbado.
A negociação até à última e a disponibilidade de alterar o OE tem sido uma constante nos últimos anos. Mas, este ano, é a primeira vez que o Bloco de Esquerda e o PCP anunciam logo o sentido de voto contra a proposta do Governo. Sabem que o Governo tem margem para esticar mais um pouco, mas João Leão, ministro das Finanças, insiste que este é para o ser um Orçamento “de contas certas”.
A primeira meta de votação é no dia 27 de outubro. Depois, seguem 15 dias na especialidade, em que cada ponto do documento será votado pelos partidos.
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