O Presidente da República apela a um "esforço de concertação" entre os decisores políticos, considerando que "não se trata de ceder nos princípios", mas em aproveitar a oportunidade que o país tem para a reconstrução.
Marcelo endureceu os avisos contra a ameaça de eleições legislativas à porta. Um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2022 "muito provavelmente" conduziria à dissolução do parlamento e a eleições antecipadas, com "seis meses de paragem na vida nacional".
O chefe de Estado estimou que as eleições legislativas antecipadas se realizariam em janeiro, que o novo Governo tomaria posse em fevereiro e que só haveria Orçamento em abril e realçou que neste período haveria uma "paragem em muitos fundos europeus".
No entendimento do Presidente "trata-se de perceber que este é um momento em que cada dia, cada mês, cada seis meses, fazem a diferença".
"Não há empates neste domínio. Empatar tempo é perder o jogo", completou.
Apesar dos avisos, Marcelo diz estar ainda convencido de que não haverá crise política.
O Presidente da República afirmou que "a faca e o queijo estão nas mãos dos partidos" e que quis ser preventivo ao avisar que um chumbo do Orçamento provavelmente conduzirá a eleições antecipadas.
Questionado se esta é uma crise artificial, como alegam algumas vozes do PSD, ou segundo as informações de que dispõe se está mesmo perante uma crise política, o chefe de Estado reiterou que está "convencido de que o natural é o Orçamento ser viabilizado", que "se assim for não há crise" e que "o bom senso aponta para que não haja crise política em Portugal".
"Haverá crise se os partidos entenderem que há razões para provocar essa crise, porque entendem que é melhor chumbar o Orçamento – ao contrário do que eu penso que é natural – e avançar por um caminho completamente diferente."
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