Este é um fim de semana decisivo para as negociações do Orçamento do Estado para 2022.
O primeiro-ministro, António Costa, recebeu o PCP e o Bloco de Esquerda numa tentativa de chegar a acordo para a viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano.
Entre Governo e Bloco voltou a não haver consenso. De acordo com o partido, na reunião deste sábado, o Executivo não realizou qualquer nova aproximação às propostas do Bloco de Esquerda.
O Bloco diz que, ao manter-se este quadro, a Comissão Política vai propor à Mesa Nacional, que se reúne este domingo, a orientação de voto contra o Orçamento do Estado para 2022. No entanto, não fecha a porta e disse ao Governo que está disponível, até à votação na generalidade, para continuar a negociar.
Em cima da mesa das negociações com Bloco, mas sobretudo com o PCP estão as cartadas apresentadas aos dirigentes do PS:
- Aumento do salário mínimo para 705 euros no próximo ano e chegar aos 850 euros em 2025;
- Aumento extraordinário das pensões, em 10 euros, até 1097 euros;
- Aumento do mínimo de existência em 200 euros;
- Creches gratuitas para 1º ano já em 2022.
O resultado da reunião com o PCP ainda não é conhecido.
Na sexta-feira à noite, enquanto António Costa discutia as medidas na Comissão Política, no Expresso da Meia-Noite, na SIC Notícias, António Filipe, do PCP, dava sinais de que estas propostas não chegam.
O deputado do PCP poderá ter antecipado um "game over" ao Orçamento do Estado para 2022, partilhando que os comunistas sentem "bloqueio" e "chantagem" dos socialistas, considerando um "exagero" tratar as negociações entre os partidos como negociações.
O PCP reúne o comité central no domingo, tal como o Bloco de Esquerda, para decisões finais.
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