O primeiro-ministro, António Costa, diz que apresentou um pedido de "desculpas" às confederações patronais, por intermédio do presidente da CIP, por o Governo ter aprovado duas medidas na área do trabalho sem antes as ter apresentado em concertação social.
António Costa falava aos jornalistas à entrada para a reunião da Comissão Política do PS, em Lisboa, que fará uma avaliação do estado das negociações do Orçamento do Estado para 2022 entre Governo, PCP, Bloco de Esquerda, PEV e PAN.
Interrogado sobre a decisão das confederações patronais de suspenderem a sua participação na concertação social por o Governo ter avançado com medidas de revisão das leis laborais sem consulta prévia, o líder socialista respondeu que já apresentou um pedido de desculpas.
"Houve o lapso de não ter apresentado duas medidas relevantes em sede de concertação social. Já tive a oportunidade de apresentar desculpas. E quando alguém comete um erro o que deve fazer é pedir desculpas", declarou o secretário-geral do PS.
Patrões abandonam Concertação Social e acusam Governo de desrespeito
Os patrões suspenderam a sua presença na Concertação Social, acusando o Governo de desrespeito. A decisão surge depois das leis aprovadas na quinta-feira em Conselho de Ministros, que mexem com a legislação laboral.
Os patrões vão também pedir uma audiência com o Presidente da República.
“Desde 1984 que a Concertação Social não era tão desprestigiada por um Governo. (...) o Governo demonstrou desonestidade negocial, total desrespeito pela concertação social e por cada um dos parceiros sociais”.
“Os parceiros sociais patronais não podem ter outra atitude que não suspenderem de imediato a sua participação em sede de Concertação Social e solicitar ao Sr. Presidente da República uma audiência para lhe apresentarmos as nossas ideias e sugestões”, afirmou António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal.
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