António Costa convocou um Conselho de Ministros extraordinário para a noite desta segunda-feira, depois do anúncio do voto contra do PCP ao Orçamento do Estado, ao mesmo tempo que o Governo diz que nunca tinha ido tão longe nas negociações com os comunistas, garantindo que continua disponível para negociar, mesmo não sentindo vontade de aproximação dos partidos de Esquerda.
Depois do anúncio do voto contra do PCP, soa o alarme no Governo, antecipando-se um possível chumbo do Orçamento do Estado para 2022, embora o Executivo assegure que tal poderá acontecer, mas sem se poder alegar falta de esforço da sua parte.
"Foi feito um enorme esforço, nunca tínhamos ido tão longe no diálogo com o PCP. Será difícil explicar aos portugueses que todas estas melhorias estão postas em causa", refere o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
O secretário de Estado diz ainda que "o Governo manifesta disponibilidade até quarta-feira, mas que [o Governo não sentiu] nenhum tipo de aproximação em matéria alguma".
A dois dias da votação na generalidade do Orçamento do Estado, e sem nenhuma garantia de aprovação, o Governo volta, também, a desconfiar das intenções do Bloco de Esquerda.
Minutos antes desta conferência de imprensa, a ministra do Trabalho dava, também, conta aos deputados que havia disponibilidade para ir mais além na caducidade da contratação coletiva
António Costa chama, assim, os ministros de emergência, para ver qual é a estratégia que se segue.
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