Sismo na Turquia e Síria

"Foi assim que me salvei": preso nos escombros, homem bebe própria urina

Dez dias depois do sismo, contra todas as probabilidades, continuam a ser resgatadas dos escombros algumas pessoas, na Turquia.

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Na Turquia, contra todas as probabilidades foram resgatadas dos escombros quatro pessoas esta quarta-feira. Com milhares de desaparecidos registados, as autoridades mantêm as operações de busca e salvamento em centenas de prédios.

Nove dias e meio ou 228 horas depois do sismo e contra todas as probabilidades de sobrevivência, uma mãe e um filho foram salvos por uma das equipas de busca e salvamento destacadas em Hatay, no sul da Turquia.

Duas horas antes ou 226 horas depois do terramoto de 7,8, Cemile, 74 anos, foi retirada dos escombros do prédio onde vivia, mas na cidade de Kahramanmaras. A sobrevivente foi já encaminhada para um hospital de campanha da cidade-epicentro desta tragédia.

Também esta quarta-feira de manhã e também em Kahramanmaras, outra mulher de 42 anos, identificada como Melike Imamoglu foi resgatada das ruínas de outro prédio.

Já de madrugada, mas 120 quilómetros a leste, na cidade de Adiyaman, outro grupo de socorristas exaustos, mas incentivados pelos familiares encontrou mais uma desaparecida com vida: Fatma Gungor, 77 anos de idade.

“Foi assim que me salvei”

Entre os resgatados desta semana, começam a ser conhecidas histórias de sobrevivência e de dias de desespero passados sob os escombros à espera de salvamento:

"Tentei beber água e a garrafa estava vazia. Peço desculpa, mas urinei para dentro dela e deixei arrefecer. Quando arrefeceu, bebi, e foi assim que me salvei".

Os resgates improváveis ou milagre como lhe chamam a imprensa controlada pelo Estado escondem a retirada diária de centenas de corpos dos escombros das cidades destruídas.

No sul da Turquia, mais de 35 mil mortos registados e ainda milhares de desaparecidos.

As autoridades mantêm, ainda assim, as operações de busca e salvamento em centenas de prédios das 10 províncias devastadas pelo sismo ao mesmo tempo que aceleram as operações de auxílio a mais de um milhão de desalojados, que precisam com urgência de um teto, comida e cuidados médicos.