O antigo homem forte da Portugal Telecom (PT), Zeinal Bava, foi ilibado de todos os crimes de que estava acusado no âmbito da Operação Marquês. Contudo, o juiz Ivo Rosa deu 10 dias ao antigo administrador da empresa para devolver 6,7 milhões de euros ao Grupo Espírito Santo (GES).
Em 2011, Zeinal Bava ainda estava em estado de graça: tinha sido eleito o melhor CEO da Europa na área das telecomunicações pelo segundo ano consecutivo. No Brasil, chamavam-lhe Messi do setor.
Quando rebentou a Operação Marquês, Bava foi acusado de colocar a PT ao serviço do GES. O Ministério Público afirma que o antigo homem forte da PT recebeu 25 milhões de euros em troca de favores a Ricardo Salgado e acusou-o de cinco crimes – corrupção, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento.
Ivo Rosa fez cair os crimes, mas obrigou Zeinal Bava a entregar à massa falida do GES 6,7 milhões de euros que faltam. O dinheiro terá de ser entregue no prazo de 10 dias a uma empresa do Espírito Santo Internacional que está em processo de insolvência no Luxemburgo.
Durante a fase do inquérito, Bava sempre disse que o dinheiro foi para comprar ações do BES e que era apenas o fiel depositário.
Em 2016, quatro anos depois de ter sido constituído arguido, Zeinal Bava entregou 18,5 milhões dos 25 milhões de euros. Os restantes 6,7 milhões foram apreendidos pelo tribunal e terá de ser devolvido ao que resta do GES.
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