De 28 para cinco arguidos, de um só processo para quatro mais pequenos. A divisão da Operação Marquês quebra as ligações que a acusação fazia entre a maioria dos arguidos, que agora seguem para julgamento.
Ricardo Costa explica que o juiz destruiu a Operação Marquês para “construir a Operação Ivo Rosa, que tem alta probabilidade de sucesso em tribunal”.
“O que Ivo Rosa no limite quis dizer foi ‘eu é que sei fazer este trabalho e eu é que vou prender José Sócrates’”, explica Ricardo Costa, acrescentando que, ainda assim, o juiz “extrapolou completamente o que eram as suas funções” e usou adjetivação desadequada para destruir o trabalho do Ministério Público.
“Foi um acerto de contas com o Ministério Público. É um espetáculo muito triste, absurdo”, sublinha.
Aponta ainda os erros durante todo o processo, que acredita que terão um “grande abalo” na justiça.
Para João Miguel Tavares, este desfecho agravou o sentimento de impunidade que os cidadãos já têm sobre a justiça portuguesa, apontando falhas à arquitetura do sistema judicial, que “tem uma relação profunda com o poder político”.
“Se Ivo Rosa tem razão, as leis têm que ser melhores”, defende.
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