A defesa de Ricardo Salgado acusa o tribunal de comportar-se como se estivesse nas redes sociais ao continuar a julgar o antigo banqueiro, apesar do diagnóstico de Alzheimer. O julgamento do processo com origem na Operação Marquês continuou esta sexta-feira com a audição de testemunhas.
A intenção era suspender o julgamento com base no diagnóstico de Alzheimer assinado pelo médico de Ricardo Salgado. O juiz recusou, com o argumento de que o antigo banqueiro não está impedido de falar por limitações próprias da natureza humana.
O julgamento continua, mesmo sem a presença de Ricardo Salgado.
Chamado a defende-lo, o padre da família Espírito Santo vem, enquanto testemunha, falar de um homem íntegro, com valores e regras humanas. Diz que aquilo que mais sofrimento causa a Ricardo Salgado é a situação dos lesados.
Ricardo Salgado tem estado, desde o início do julgamento, fisicamente ausente do tribunal, que tem em mãos o processo separado da Operação Marquês.
Pronunciado por três crimes de abuso de confiança, o antigo banqueiro pode ainda defender-se antes das alegações finais do alegado desvio de 11 milhões de euros do Grupo Espírito Santo.
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