O investigador Bernardo Gomes defende que se faça uma atualização das regras de isolamento e do uso de máscara. Quanto ao reforço da vacina – ou a terceira dose – considera ser um passo praticamente inevitável.
“Há aqui algumas dúvidas – que foram levantadas pela ministra, e bem – relativamente à questão da terceira dose ou reforço que vai ser preciso: eu julgo que vai ser inevitável em subgrupos mais vulneráveis. Podemos aguardar um pouco mais, mas julgo que nos devemos preparar mentalmente. Para termos um outono/inverno mais tranquilo, considerar a hipótese dessa questão da vacinação também ser enquadrada com a vacinação da gripe”, afirma o especialista.
Bernardo Gomes sublinha ainda a “sorte” que Portugal tem por a população demonstrar uma “adesão à vacinação extraordinária”. No entanto, destaca que as vacinas “não conseguem quebrar a transmissão”.
“Aquilo que nós temos de continuar atentos neste contexto é perceber uma coisa: infelizmente não há imunidade de grupo para esta doença. As vacinas não conseguem quebrar a transmissão e [a doença] é muito transmissível”, afirma, dando destaque à variante Delta. “Continuamos a precisar de manter alguma monitorização relativamente às variantes. E o facto de não haver imunidade de grupo não nos deve alarmar, deve-nos motivar a tentar vacinar o máximo de pessoas possível.”
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