A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou, esta sexta-feira, a vacina da Moderna contra a covid-19 para crianças e jovens entre os 12 e os 17 anos.
Torna-se a segunda vacina para estas idades aprovada para utilização na Europa. Segue-se à aprovação do uso da vacina da Pfizer, em maio.
Segundo a EMA, "a utilização da vacina Spikevax em crianças dos 12 aos 17 anos será a mesma que em pessoas com 18 e mais anos".
O regulador europeu explica que os efeitos da vacina foram analisados em 3.732 jovens dos 12 aos 17 anos.
"O estudo mostrou que a Spikevax produziu anticorpos em jovens dos 12 aos 17 anos comparável à observada em adultos jovens dos 18 aos 25 anos", refere.
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Costa quer vacinar menores antes do início das aulas, DGS ainda não validou decisão
Os jovens entre os 12 e os 17 anos podem ter a vacinação completa ainda antes do início do novo ano letivo. É, pelo menos, esse o desejo do primeiro-ministro. Mas, para já, o país atravessa um ritmo mais lento de vacinação, porque há menos doses a chegar.
O discurso no debate do Estado da Nação, esta quarta-feira, arrancou com um anúncio de António Costa:
"Tudo está preparado para que nos fins de semana entre 14 de agosto e 19 de setembro possam ser administradas as 2 doses da vacina as cerca de 570 mil crianças entre os 12 e 17 anos".
Vacinar abaixo dos 18 anos antes do início das aulas até pode ser a vontade do primeiro-ministro, mas ainda falta a palavra final da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Ainda assim, o tema não é consensual na comissão técnica que acompanha a vacinação contra a covid-19.

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"Temos de dar liberdade à DGS para poder decidir da forma mais correta possível"
Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, analisou a possibilidade de vacinação entre os 12 e os 17 anos na SIC Notícias.
"O que está a acontecer no momento é a avaliação do risco-benefício, porque nas pessoas mais novas, a gravidade da doença é menor. Ainda assim existem casos graves", começou por dizer.
Miguel Guimarães lembrou que a vacinação "não é obrigatória" em nenhuma faixa etária.
"Neste momento temos de dar alguma liberdade, em termos de pensamento, e alguma tranquilidade à Direção-Geral da Saúde para poder decidir da forma mais correta possível", afirmou.
"É fundamental que numa fase difícil, em que ainda não ganhámos o combate à covid-19, e em que estamos a ter sucesso no plano de vacinação, nós acreditemos na ciência. Acho que não devemos entrar em guerras mais ou menos fundamentalistas como me parece que este tema está a levar as pessoas. Deixemos os peritos e avaliar aquilo que já existe publicado", rematou.
Biden aguarda parecer para vacinar menores de 12 anos
A administração Biden aguarda a aprovação da Agência do Medicamento dos Estados Unidos para dar luz verde à vacinação dos menores de 12 anos. Os ensaios da Pfizer e da Moderna deverão ser conhecidos no outono.
Pediatras e investigadores de vários países pedem dados mais sólidos, que comprovem que os benefícios excedem potenciais riscos.
Já Angela Merkel afirma estar preocupada com o crescimento exponencial de novas infeções de covid-19 na Alemanha e faz novo apelo à vacinação.
Jens Spahn admitiu mesmo um aumento exponencial em outubro de até 800 casos de infeção por cada 100 mil habitantes.
Perante este potencial cenário, o ministro da Saúde alemão exortou a população a cumprir as regras conhecidas de prevenção e de proteção, nomeadamente o uso de máscara sempre que seja necessário.