Jair Bolsonaro destacou a campanha de vacinação do Governo Brasileiro, na sede das Nações Unidas, num momento em que o presidente brasileiro já estava no centro das atenções por participar na Assembleia Geral sem ter sido vacinado contra a mesma doença.
Bolsonaro é acusado de ter gerido mal a pandemia e até, por alguns brasileiros, de genocídio, ao dar argumentos aos negacionistas e ao recusar-se a ser vacinado, contudo, na sede das Nações Unidas, destaca os brasileiros que se quiseram vacinar e as vacinas distribuídas pela sua administração.
"Até ao momento, o Governo federal distribuiu mais de 260 milhões de vacinas na busca do tratamento precoce", referiu o líder brasileiro.
O presidente do Brasil prosseguiu relembrando que ele próprio sobreviveu à Covid-19, alegadamente tratado com medicamentos rejeitados por estudos científicos, enviando um recado a vários Estados e à comunicação social.
"Não entendemos porque tantos países, como grande parte da media, se colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos.", acrescentou.
Jair Bolsonaro iniciou, até, o seu discurso, ao ataque, referindo que iria "mostrar o Brasil diferente daquilo publicado nos jornais ou visto em televisões".
O que, na vépera, se vira nas televisões foi a imprensa brasileira a destacar uma foto em que atribuiu de imediato o jantar de pizza do presidente na rua à recusa em ser vacinado, sendo o único líder não vacinado do G20 na Assembleia Geral da ONU.
Em Nova Iorque, é necessário certificado de imunização para entrar em restaurantes e espaços públicos.
O mayor da cidade, Bill de Blasio, já tinha deixado um recado ao presidente do Brasil.
"Precisamos de enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, incluindo, principalmente, ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, de que, se alguém pretender vir a Nova Iorque, então precisa de ser vacinado. Se não quer ser vacinado, não se preocupe em vir, porque todos devem estar juntos e em segurança", disse de Blasio.
A entrada do presidente brasileiro no edifício das Nações Unidas nunca esteve em causa porque, entre outras razões, a sede da ONU, ainda que em Manhattan, é território internacional e não está sujeita às leis norte-americanas.
Os chefes de Estado, de Governo e ministros dos Negócios Estrangeiros não são obrigados a apresentar prova de vacinação, visto existir uma espécie de compromisso de honra entre todos.
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