Em Moçambique, as forças do Governo controlam mais de metade da vila de Palma, no norte do país, mas o Daesh ainda resiste. A localidade está agora quase sem população, que fugiu para a capital de província.
A propaganda do Daesh apresenta dezenas de terroristas, afiliados ao autoproclamado Estado Islâmico, reunidos em Palma. Dizem que mataram pelo menos 55 pessoas e que controlam "fábricas, empresas e bancos públicos".
Cabo Delgado é a província de fronteira, cuja capital acolhe agora milhares de refugiados - Pemba está a 430 quilómetros de Palma. A vila está junto à península de Afungi, onde está instalada a operação de prospeção e extração futura de gás natural, liderada pela Total. Um número indeterminado de trabalhadores, moçambicanos e estrangeiros, ficaram feridos na operação de resgate, um é português.
A petrolífera francesa suspendeu indefinidamente as operações e, assim, atrasa-se a conclusão do projeto, que estava prevista para 2024 e que iria gerar receitas em torno de 81 mil milhões de euros, ao longo de 25 anos. Com o atraso, ficam ainda mais pressionadas as contas do Estado moçambicano, agora com juros da dívida soberana nos 10 por cento.
A Cáritas tem alguns mantimentos para distribuir por alguns dos 3 mil e 300 deslocados, uma ajuda para um primeiro momento. O Programa Alimentar Mundial da ONU está a fazer chegar a Pemba comida, suficiente para alimentar 16 mil pessoas durante um mês.
A África do Sul está em contactos com a SADC, a comunidade de 15 países do sul do continente, para encontrar soluções que acabem com o terrorismo. Vários países já ofereceram ajuda militar, mas Maputo insiste em não a aceitar. O principal partido da oposição aponta o dedo ao Governo - a Renamo diz que o governo tem tido uma atitude apática e que o estado moçambicano não tem capacidade.
No início de abril, Portugal vai enviar 60 militares, que vão apenas dar formação a forças especiais moçambicanas no sul e no centro do país no quadro de um programa de cooperação bilateral.