José Gomes Ferreira, da SIC, aponta falhas no planeamento dos fenómenos naturais extremos, como as chuvas fortes que têm atingido Portugal nos últimos dias e têm provocado inundações, queda de árvores e outros danos. A chuva desta terça-feira causou centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas, sobretudo nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre.
"Somos um país muito vulnerável a estes fenómenos mais extremos e não temos estruturas preparadas. Isto é uma evidência. Mas há a possibilidade de se planear a reação rápida ao evento em si e de se planear estrategicamente medidas de fundo para prevenir e remediar com medidas seguras", afirma, no Jornal das 7 da SIC Notícias.
Sobre os apoios às pequenas empresas e famílias afetadas pelo mau tempo, refere que as seguradoras vão dizer que "já têm dinheiro reservado". No então, "existe uma procura intencional para não pagarem", diz.
"A ideia de que o seguro paga não é bem assim".
José Gomes Ferreira esclarece que há "exceções sobre os fenómenos naturais":
"Muitas vezes nas letras dos contratos estão lá exceções e as pessoas nem percebem quando fazem um seguro de recheio da casa ou de um negócio".
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Na SIC Notícias, aconselha as pessoas a terem fotografias dos bens mais valiosos para poderem provar que estavam em bom estado.
Além disso - aponta - o bem vai perdendo valor: "As seguradoras dizem que a mobília tem 20 anos e que vale só 10% do que quando comprou".
Sobre as seguradoras nas zonas "especialmente sujeitas", as entidades previnem-se ou cobram muito mais, refere ainda.
José Gomes Ferreira considera ainda que era preciso um planeamento estrutural e estratégico para as consequências não serem tão gravosas.
"Lembro-me de ter cinco, seis anos. Chovia como agora esta a chover. Isto é a reposição da normalidade do clima. A exceção é quando não chove em dezembro, janeiro, só que agora há muito mais construção".