A região do Minho sofreu estragos avultados por causa da chuva e do vento forte dos últimos dias e em Viana do Castelo, o distrito mais afetado, as populações começaram a avaliar os prejuízos. A ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, visitou Valença e remeteu a responsabilidade direta das obras de requalificação da fortaleza para a autarquia.
As três horas de chuva intensa sobrecarregaram o sistema de escoamento que não foi capaz de aguentar a pressão da água e acabou por rebentar.
Em Lanhelas, Viana do Castelo, choveu tanto que o rio chegou a galgar as margens. Os estragos estão a ser calculados e a Câmara já está no terreno a reconstruir o possível.
É a quinta vez, desde novembro, que a água toma conta desta localidade em Caminha.
As fortes chuvas deixaram marcas também em Valença, outro município afetado de Viana do Castelo. Ana Abrunhosa, ministra da Coesão, visitou a localidade que viu a muralha da cidade ruir- Monumento Nacional desde 1928.
"Neste momento, parece-nos que a melhor solução é ser a autarquia a intervir com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, porque estamos perante um monumento nacional em que a gestão e as intervenções são normalmente feitas pela autarquia", afirmou Ana Abrunhosa.
Também presentes no local, os técnicos da Direção Geral de Cultura do Norte já tinham identificado algumas zonas de risco, nomeadamente junto à Pousada.
A parte que ruiu, na zona da Coroada, aparentemente não oferecia cuidados de maior, mas a derrocada de ontem obriga a apertar a malha de segurança.
"As condições meteorológicas podem ter levado como, aliás aconteceu aqui, a que tenham surgido outras zonas de risco. Temos que fazer essa avaliação e terá que ser urgente essa intervenção nessa zona de risco", revelou a ministra.
Com o processo de candidatura a património da humanidade em marcha, a Câmara de Valença quer acelerar a reconstrução da muralha e espera que o Governo abra os cordões à bolsa.
“Esperamos que o Governo seja solidário com o município e que rapidamente se faça esta reconstrução”, disse José Manuel Carpinteira, presidente da Câmara de Valença.
Nos próximos dias os técnicos da Câmara de Valença e da Direção Geral de Cultura do Norte vão passar a Muralha a pente fino, para garantir a total estabilidade do monumento.