De acordo com os signatários da petição, a distinção do jovem soldado norte-americano poderia dissipar "a nuvem" que "paira sob o comité Nobel norueguês (responsável pela escolha do Nobel da Paz )" depois da atribuição do prémio ao Presidente norte-americano, Barack Obama, em 2009, pouco tempo depois de ter assumido funções e de ter intensificado os esforços norte-americanos na guerra no Afeganistão.
"Ninguém fez mais para combater aquilo que Martin Luther King Junior intitulou de 'loucura do militarismo' que Bradley Manning", explicou o texto da petição, que conseguiu reunir mais de 103.000 assinaturas.
Julgado pela justiça militar norte-americana, Bradley Manning foi considerado culpado, em julho último, de 20 crimes, incluindo cinco violações da lei da espionagem.
O soldado, de 25 anos, foi ilibado no entanto da acusação de "ajuda do inimigo".
O jovem reconheceu ter extraviado 700.000 documentos militares e diplomáticos classificados -- de seguida colocados em linha no sítio na internet criado por Julian Assange -- mas declarou-se não culpado das restantes acusações, incluindo a mais grave, que sugeria que teria ajudado intencionalmente a organização islamita radical Al-Qaida.
Segundo o jornalista norte-americano Norman Solomon, um dos promotores da petição, a atribuição do Nobel ao jovem soldado irá sublinhar a importância deste tipo de pessoas para a paz e a democracia.
"Se não podemos dizer a verdade, a realização da paz transforma-se num exercício superficial de retórica e não uma realidade", disse Solomon, em declarações aos jornalistas, antes de entregar o documento de 5.000 páginas ao Instituto Nobel.
O diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, afirmou, no passado, que estas campanhas de mobilização não influenciam as escolhas do comité Nobel.
O prémio Nobel da Paz 2013 será anunciado a 11 de outubro em Oslo.
Lusa