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Repórteres Sem Fronteiras condenam morte de dois jornalistas no Cairo

A organização não-governamental Repórteres Sem  Fronteiras (RSF) condenou hoje "com a maior firmeza" a morte de dois jornalistas  no Egito e pediu às autoridades e aos manifestantes que respeitem o trabalho  dos profissionais de informação. 

© Mohamed Abd El Ghany / Reuters

Um operador de câmara do canal britânico Sky News, Mick Deane, morreu  após ser ferido por um tiro enquanto cobria os confrontos no Cairo e a jornalista  egípcia Habiba Ahmed Abelaziz morreu também com um disparo na praça Rabea  al Adauiya, o principal refúgio dos seguidores do Presidente deposto Mohamed  Morsi. 

A morte destes jornalistas eleva para quatro o número de profissionais  que perderam a vida no Egito desde o início deste ano, segundo dados da  RSF, que contribuem para a soma de 33 em todo o mundo. 

Segundo a organização, alguns jornalistas egípcios, na sua maioria fotojornalistas,  também ficaram feridos durante o desmantelamento dos acampamentos dos islamitas  no Cairo e em distúrbios em outras cidades do país. 

A RSF mostrou a sua preocupação em relação aos abusos cometidos contra  jornalistas e exigiu que as autoridades do país tomem medidas para que tais  atos "não fiquem impunes" e para que os agressores sejam "rapidamente identificados"

A ONG acrescentou que, no entanto, o estado de emergência decretado  em todo o país durante um mês vai tornar "mais difícil" para a cobertura  da atualidade. 

Quase 280 pessoas morreram hoje e duas mil ficaram feridas em resultado  dos confrontos na cidade do Cairo e noutras províncias egípcias depois da  ação policial contra os acampamentos dos apoiantes do Presidente deposto  Mohamed Morsi. 

De acordo com o novo balanço do Ministério da Saúde, registaram-se 235  mortes entre civis, às quais o Ministério da Administração Interna acrescentou  a morte de 43 polícias. 

Lusa