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Suécia espiou dirigentes russos para os EUA, segundo documentos da NSA

A Suécia forneceu aos Estados Unidos informações "singulares" sobre dirigentes russos, segundo novos documentos do ex-analista informático Edward Snowden divulgados hoje pela televisão pública sueca SVT.

(Arquivo)

Os documentos indicam que a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos  Estados Unidos considera a agência sueca FRA um "parceiro importante" na  vigilância do tráfego internet e de telecomunicações, especialmente da Rússia.

"A FRA forneceu à NSA uma coleção singular sobre objetivos prioritários  russos, na liderança e na política interna", segundo um documento datado  de 18 de abril de 2013 e obtido pela SVT junto do jornalista norte-americano  Glenn Greenwald, que publicou vários artigos baseados em documentos fornecidos  por Snowden. 

Um outro documento sublinha o excelente acesso da Suécia à rede de comunicações  russa graças aos cabos que passam por território sueco. 

"Agradecer à Suécia pelo seu trabalho continuado com objetivos russos  e sublinhar o papel primordial da FRA como parceiro importante no trabalho  com objetivos russos, incluindo a liderança russa (...) e contraespionagem.  O acesso a cabos da FRA resultou em relatórios singulares de SIGINT (informações  de sinais) em todas as áreas", acrescenta. 

Fredrik Wallin, um porta-voz da FRA, recusou confirmar a suposta espionagem  a dirigentes russos e considerou que a ideia de que a Suécia tem um papel  primordial é "muito lisonjeira". 

A ministra da Defesa sueca, Karin Enstroem, disse à STV não ser surpreendente  que a Suécia tenha cooperado com outros serviços de informações. 

"Realizamos trabalho de informações para proteger a Suécia de uma ameaça  externa com uma legislação clara, controlo estrito e supervisão parlamentar.  Mas os países e os métodos que usamos não são informação aberta ao público",  disse.

Lusa