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Reforçada segurança das centrais nucleares ucranianas

A Ucrânia decidiu reforçar as medidas de segurança nas centrais nucleares devido à ameaça das tropas russas no seu território, disse o embaixador da Ucrânia, Ihor Prokopchuk, em Viena, numa carta enviada à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

(Reuters)
© Vasily Fedosenko / Reuters

"As ações ilegais de tropas russas em território ucraniano representam uma séria ameaça para a segurança na Ucrânia, com potenciais consequências sobre a sua infraestrutura nuclear", lê-se no documento assinado por Ihor Prokopchuk, citado pela agência noticiosa AFP.  

"Nestas circunstâncias, as autoridades competentes da Ucrânia estão a fazer todos os esforços para garantir a segurança física das suas instalações nucleares", incluindo o reforço da proteção de 15 unidades que operam em quatro locais", segundo a carta enviada ao diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano. 

De acordo com o embaixador, as consequências do uso da força por parte da federação russa são "imprevisíveis", principalmente depois de os esforços do Governo ucraniano "para estabelecer contactos bilaterais com o seu homólogo russo" se terem revelado infrutíferos, conclui o responsável, pedindo a Yukiya Amano para levantar urgentemente esta questão junto das autoridades russas. 

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do ex-presidente Viktor Ianukovich, por causa da Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia do Mar Negro. 

Na terça-feira, o Presidente russo anunciou que se reserva o "direito de atuar" na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.

Vladimir Putin anunciou também que a Rússia não considera a anexação da república autónoma da Crimeia ucraniana e negou que as forças russas estejam a cercar as bases militares na região. 

A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido de Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia". Esta decisão surgiu um dia depois da denúncia da Ucrânia de que a Rússia fez uma "invasão armada" na Crimeia. 

Com Lusa