Crise na Ucrânia

John Kerry acusa Rússia de procurar "pretexto" para "invadir" a Ucrânia

O secretário de Estado norte-americano, John  Kerry, acusou hoje a Rússia de procurar um "pretexto" para "poder invadir  a Ucrânia" e alertou Moscovo contra o perigo de isolamento se persistir  na sua política. 

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© Baz Ratner / Reuters

Em visita a Kiev, o responsável norte-americano condenou um "ato de  agressão" da Rússia contra a Ucrânia, assegurando que os Estados Unidos  não procuram "o confronto" com Moscovo. "Penso ser claro que a Rússia tem trabalhado bastante para criar um  pretexto para poder invadir ainda mais", disse Kerry à imprensa, depois  de uma reunião com a nova liderança da Ucrânia, apoiada pelo Ocidente. 

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após  a queda do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovich, e Moscovo tomou o  controlo 'de facto' da península ucraniana da Crimeia, com uma maioria de  russos e base da frota russa do Mar Negro. 

A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade,  um pedido do presidente para autorizar "o recurso às forças armadas russas  no território da Ucrânia" e Vladimir Putin disse hoje que se reserva o "direito  de atuar" na Ucrânia para defender cidadãos russos. 

Kerry garantiu que os Estados Unidos não procuram "o confronto" com  a Rússia. Mas advertiu: "Se a Rússia não escolher diminuir os riscos de guerra  ... então os nossos parceiros não terão outra escolha a não ser juntarem-se  a nós para continuar a alargar o tipo de passos que demos nos últimos dias  para isolar a Rússia politicamente, diplomaticamente e economicamente".

Antes do encontro com os responsáveis ucranianos, Kerry visitou a zona  da Instituska, junto à praça da Independência de Kiev, palco de violentos  confrontos no dia 20 de fevereiro, onde morreram dezenas de pessoas. 

O local está cheio de flores, de fotografias e de velas em memória dos  mortos. "É muito comovente", comentou o secretário de Estado norte-americano,  rodeado por uma multidão de curiosos e por dignitários religiosos.  "Vamos ajudar-vos. Estamos a ajudar. O presidente (norte-americano Barack)  Obama está a planear um maior apoio", disse Kerry 

     

Lusa