Em visita a Kiev, o responsável norte-americano condenou um "ato de agressão" da Rússia contra a Ucrânia, assegurando que os Estados Unidos não procuram "o confronto" com Moscovo. "Penso ser claro que a Rússia tem trabalhado bastante para criar um pretexto para poder invadir ainda mais", disse Kerry à imprensa, depois de uma reunião com a nova liderança da Ucrânia, apoiada pelo Ocidente.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovich, e Moscovo tomou o controlo 'de facto' da península ucraniana da Crimeia, com uma maioria de russos e base da frota russa do Mar Negro.
A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia" e Vladimir Putin disse hoje que se reserva o "direito de atuar" na Ucrânia para defender cidadãos russos.
Kerry garantiu que os Estados Unidos não procuram "o confronto" com a Rússia. Mas advertiu: "Se a Rússia não escolher diminuir os riscos de guerra ... então os nossos parceiros não terão outra escolha a não ser juntarem-se a nós para continuar a alargar o tipo de passos que demos nos últimos dias para isolar a Rússia politicamente, diplomaticamente e economicamente".
Antes do encontro com os responsáveis ucranianos, Kerry visitou a zona da Instituska, junto à praça da Independência de Kiev, palco de violentos confrontos no dia 20 de fevereiro, onde morreram dezenas de pessoas.
O local está cheio de flores, de fotografias e de velas em memória dos mortos. "É muito comovente", comentou o secretário de Estado norte-americano, rodeado por uma multidão de curiosos e por dignitários religiosos. "Vamos ajudar-vos. Estamos a ajudar. O presidente (norte-americano Barack) Obama está a planear um maior apoio", disse Kerry
Lusa