Mundo

"Número dois" do chavismo culpa oposição por ataque ao parlamento

O deputado venezuelano Diosdado Cabello, considerado o "número dois" do 'chavismo', culpou na quarta-feira a oposição pelo ataque ao parlamento por simpatizantes do Governo de Nicolás Maduro.

"Número dois" do chavismo culpa oposição por ataque ao parlamento
Marco Bello

"O que houve foi umas pessoas que tiveram de se defender da violência da direita. Eles (opositores) iniciaram a violência, e acreditam que vêm para o centro de Caracas agastar o povo", disse Cabello, durante o seu programa semanal de televisão.

O deputado classificou como "hipócritas" os governos do mundo e do Mercosul pelas críticas ao Governo de Maduro face aos incidentes na Assembleia Nacional (parlamento), que causaram cerca de 20 feridos, incluindo sete deputados.

Cabello disse que na semana passada, quando o polícia venezuelano Óscar Pérez atacou, a partir de um helicóptero, com granadas e tiros, as sedes do Tribunal Supremo de Justiça e do Ministério do Interior, estes Governos "não disseram nada".

"Será que nas suas Assembleias nunca houve confrontos? Há boa e má violência, dizem eles. A boa é a que é feita pelos senhores da direita, a má é aquela que nos atribuem", acrescentou.

Grupos simpatizantes do 'chavismo' [do antigo Presidente venezuelano Hugo Chávez] irromperam pela segunda vez, em oito meses, no parlamento e agrediram deputados, jornalistas e trabalhadores no mesmo dia em que a Assembleia Nacional, onde a oposição é maioritária, aprovou a realização, a 16 de julho, de uma votação contra o Governo.

O chefe de Estado também condenou o ataque e pediu a abertura de um inquérito, anunciado pelo Ministério Público e Provedor de Justiça.

No dia do plebiscito, os venezuelanos devem decidir, ainda, se aprovam a realização de uma Assembleia Constituinte proposta pelo chefe de Estado e quais as funções que devem ser atribuídas às Forças Armadas Venezuelanas.

A consulta popular, segundo a oposição, vai decorrer junto de igrejas, escolas e praças públicas.

Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde o passado dia 01 de abril, após o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro.

O número oficial de mortos nas manifestações, a favor e contra o regime, é de 91.

Lusa