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EUA condenam ataques do Sudão que já causaram pelo menos 100 mortos

As vítimas mortais são resultado da repressão violenta dos protestos no início da semana.

EUA condenam ataques do Sudão que já causaram pelo menos 100 mortos
Stringer .

Os Estados Unidos condenaram na quarta-feira "os recentes ataques contra manifestantes" no Sudão e apelaram aos militares no poder a "renunciarem à violência", após a repressão ao protesto que matou mais de 100 pessoas desde segunda-feira.

"Os Estados Unidos condenam os recentes ataques contra manifestantes no Sudão", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA em comunicado, acrescentando que a diplomacia americana reafirma o seu desejo de ver uma transição liderada por um Governo civil para realizar eleições numa "data apropriada".

Os organizadores dos protestos pró-democracia no Sudão elevaram na quarta-feira para 100 o número de mortos resultantes da repressão violenta dos protestos no início da semana.

No mesmo dia, a oposição do Sudão rejeitou uma proposta da junta militar, no poder, para retomar o diálogo, questionando a seriedade dos militares sobre as negociações quando disparam sobre a população e matam manifestantes.

O presidente do Conselho Militar Transitório do Sudão, Abdel Fattah Burhan, afirmou por sua vez disponibilidade para retomar as negociações "sem restrições", depois de, na terça-feira, ter anunciado a suspensão de todos os acordos alcançados com a oposição.

A Associação de Profissionais Sudaneses, que lidera os protestos, classificou a proposta como uma tentativa de 'reeditar' os passos do ex-Presidente Omar al-Bashir, deposto pelos militares em abril.

A tomada de posição de Burhan surgiu depois de, na segunda-feira, as Forças Armadas terem lançado uma operação militar para desmobilizar o acampamento de opositores em Cartum, que exigem a transição do poder para uma autoridade civil.

Lusa