A União Europeia enviou este sábado a primeira de três ajudas para Pemba, capital de Cabo Delgado, Moçambique. O objetivo é apoiar as populações afetadas pela violência armada verificada na zona, que resultou na morte de mais de 2.800 pessoas.
O primeiro voo de equipamentos médicos e humanitários foi organizada por Portugal e Itália. À chegada, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros apelou ao envolvimento de mais países da União Europeia.
O gabinete do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros português sublinhou que esta visita constitui também "mais um testemunho do forte empenho do Governo português, no plano bilateral e multilateral, em apoiar Moçambique a enfrentar a crise humanitária na região de Cabo Delgado".
A ponte aérea humanitária da UE para Pemba transportará perto de 15 toneladas de "equipamento que salva-vidas" e que visa "responder a necessidades humanitárias urgentes", anunciou, na quarta-feira, a Comissão Europeia.
A segunda ajuda humanitária está agendada para domingo, iniciativa coordenada por Portugal e Itália.
O estabelecimento de pontes aéreas humanitária pela União Europeia foi uma prática utilizada recorrentemente pelo bloco durante a pandemia: segundo estatísticas da Comissão, em 2020 foram operados 67 voos para 20 países através deste mecanismo, o que permitiu fornecer "mais de 1.150 toneladas de equipamento humanitário e médico vital".
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo rebelde Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
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